É natural que os homens levantassem hipóteses, dizendo isto ou aquilo, uma vez que até então Ele houve por bem deixar oculto tão relevante período, no qual o Homem Jesus buscou despertar a Divindade latente em Seu Coração e submetê-La ao Seu Amor! Sua luta se concretizou em fazer com que a Sabedoria, o Cristo, desse condições para que os mais nobres e sublimes ideais do Pai fossem concretizados. O Amor cria, a Sabedoria organiza, e o Espírito Santo, a Vontade, realiza! Substituir as Leis Imperativas do Sinai pelas Bem-aventuranças Evangélicas.

Como conciliar os feitos grandiosos do Menino Jesus com a Sua Identidade Isolada durante o tempo de adolescente e homem? Através de exemplos tão simples, justamente para nos facilitar o entendimento de Suas Palavras desprovidas de místicas e superstições, aproximando-nos da Divindade para amá-La intensamente. Quando alma e espírito estão em plena atividade dentro de nós, Sua Onipotência, Sabedoria e Grandiosidade de Suas Obras nos incentivam ao progresso e nos alegram o coração, como dizia David: “Senhor quão grandiosas e belas são todas as Tuas Criações; quem as contempla sente um gozo infindo.”

Caros irmãos, não é um contra-senso se afirmamos que não basta crer, é preciso Amar! Vejamos a pergunta feita a Pedro: “Tu Me amas?” O que se encontra oculto nesta indagação? Que a Fé não é suficiente para conduzir mansamente Suas Ovelhas às verdejantes pastagens de Suas Misericórdias Infinitas. João, o Amado, já se encontrava onde deveria, no Amor, por isto foi-lhe dada a maior de todas as Revelações do Verbo Vivo, e no final, o Apocalipse. Definição mais perfeita e completa sobre Fé nos é dada por Ele: “Fé é a Luz que emana da chama imortal do Amor.” – Então, a Fé não precede ao amor mas dele procede!

Afinal, como viveu Jesus dos 12 aos 30 anos? De início, afirmamos que Jesus jamais fora um essênio, e sempre que indagavam: “com quem aprendestes estas cousas?” “Não foi com os homens, mas com o Meu Pai, que é o Meu Amor de Eternidade.” À medida que Sua Alma, o Cristo realizava Obras de Amor, Misericórdia, mais o Espírito Se contactava com Ele! Desde o Berço, o Menino Jesus revelava Quem era. Certa feita, José e toda sua família, oravam de joelhos. Uma Voz se faz ouvir em todo o ambiente: “José, sob o teu teto está Quem sempre existiu, o Criador de Céus e Terra. Aqui está Quem deu Isaac a Abraham, e a Moisés as Leis no Sinai! Então a Quem oras? Jeovah encontra-Se Fisicamente em tua casa.”

Aos que defendem um corpo fluídico para Ele, lembremo-nos da Carta de João, Cap. 2, vers. 7: – “Muitos enganadores já entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador, o anticristo!” – “Toda carne é gerada pela mulher, Eu Sou Filho de Maria!”, diz Jesus. Meus caros irmãos, todas as perguntas concernentes à Vida de Jesus são esclarecidas no Grande Evangelho de João que, ao lado da Bíblia, o mundo não possui obra mais importante!

Mas, finalmente, como viveu Jesus do 12 aos 30 anos? Ele Se compara a um vegetal que na primavera se cobre de flores encantando a todos. Em seguida as flores caem, o vegetal torna-se inexpressivo, dando a impressão de inatividade. Mas em Verdade ele trabalha intensamente no seu interior, para no outono soltar os frutos maduros que a todos alegram. Assim vivia Ele, em casa, obediente a Seus pais, numa completa desistência do seu eu, para no final apresentar-Se diante dos Discípulos. “Agora, encontro-Me diante de vós, como Homem Perfeito!” 

E por que fora Carpinteiro? Casualidade? Tudo quanto fazia tinha uma finalidade profunda. Com Suas Mãos amainava os elementos da madeira que mais tarde iriam servir-Lhe de Cruz. E quais eram Suas Tendências predominantes? Orgulho, tendência dominadora, plena liberdade, queda para o conforto e atração pelo sexo oposto. Como as venceu? O orgulho, pela pobreza; prova duríssima uma vez que em Sua Alma sabia que tudo no Infinito dependia de um simples aceno de Sua Mão! O domínio, submetendo-se àqueles que nada eram perante Ele. A liberdade suprema, pelo trabalho mais ínfimo, afirmando: “Não vim para ser servido mas para servir”. O conforto, pelo jejum, como livre deliberação de Sua Alma. A atração pelo sexo oposto, pela prece, trabalho pesado e contacto com homens sábios. Sua Figura e Voz eram excessivamente fascinantes, obrigando-O a repetir: Noli Me tangere (não Me toques). Finalmente, a IRA! Era Ele facilmente irritável, de relance via a astúcia, hipocrisia, traição, egoísmo das criaturas, obrigando-O a constantes provas de Amor e de Misericórdia.

Assim, caros irmãos, viveu Jesus dos 12 aos 30 anos como um Homem Simples, embora habitasse em Seu Peito o Unigênito de Deus, a Luz Original, e a Máxima Consciência de Si Mesmo. Revelações tão elevadas, e ao mesmo tempo simples, despretensiosas, só poderão nos trazer as Bênçãos e a Luz do Céu como maior dádiva que o Pai poderia proporcionar a Seus filhos de boa vontade. Sejamos um deles!

 

Fraternalmente,

Thalízia dos Reis