Mesmo junto D'Ele, vendo e ouvindo tudo quanto fazia e falava, os Discípulos muitas vezes se sentiam confusos, rejeitando e até mesmo criticando os Seus Ensinamentos. Assim, certa feita, Pedro confidencia ao nosso Pai não concordar com o Seu Elogio ao mordomo infiel! “Imitai o Mordomo Infiel e fazei amigos entre os pobres com o dinheiro injusto!”

O que vem a ser “dinheiro injusto”? Aquilo que se adquire através de fraudes? Não, meus caros irmãos, o sentido mais profundo e verdadeiro da Parábola é o seguinte: Todo homem abastado, possuindo bens que vão além do necessário para o seu sustento, é perante Mim um mordomo mais ou menos infiel, porque Eu Sou o Único e Verdadeiro Fazendeiro. Mas, procurando socorrer os necessitados, não desprezando órfãos e viúvas, os socorridos tornar-se-ão amigos fiéis, e de nós se apiedarão, se um dia “chegardes no Meu Reino desnudos e abandonados.”

“Por acaso, quando criei o mundo medi, demarquei Terras? Não! Fiz dela posse comum de todos, mas com o tempo os homens começaram a demarcá-la, dizendo-se proprietários únicos deste ou daquele quinhão. Surgiram as primeiras constituições patriarcais entre os homens. Embora injustas, foram as melhores e mais sábias porque, sendo o proprietário temente a Deus, seus súditos e pequenos arrendatários eram considerados e remunerados condignamente. Em Verdade, as posses do Patriarca excediam às suas necessidades, tornando-o um mordomo infiel, mas ao permitir que outros se beneficiassem com o trabalho justo, tornava-se agradável aos Meus Olhos.”

“Abraham era proprietário de toda Terra Prometida, mas agia sabiamente mandando construir em sua casa em Salém, onde morava, uma grande mesa, saciando diariamente centenas de pobres. Era, portanto, um homem segundo a Minha Vontade.” Esse seu gesto fez surgir um provérbio até então relembrado: Isto é um seio de Abraham, simbolizando generosidade, prodigalidade. “Tornou-se assim Meu Predileto e Eu o abençoei também prodigamente com todos os seus familiares.” Foi Abraham o maior amigo do Rei dos reis, do Sacerdote dos sacerdotes, Melchisedek!

Afinal, quem foi Melchisedek? Paulo, escrevendo aos hebreus, diz ser “Ele, figura do sacerdócio Eterno do Cristo, sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias, nem fim de vida, permanecendo para sempre!” Assim, O definiu o Apóstolo dos gentios. 

Caros irmãos, vamos nos reportar a algumas ocorrências da época do Rei de Salém, Melchisedek. Indagaram a Jesus: “Senhor, pelo que consta, Melchisedek vivera logo após ter Noé deixado a Arca?” Ele lança sobre Essa Figura, até então enigmática, a Luz Completa. “Quanto à época do Rei de Salém, existia Ele desde sempre. Com referência à sua atuação, ensinou Pessoalmente na figura de um Anjo, pois assim agia sempre que desejava manifestar-Se aos homens. Era uma projeção do Ser Divino como emanação da Sabedoria Original de Deus, como se fora um Braço da Divindade.” Na Sua Totalidade e Plenitude, o Ser Divino veio a nós na Pessoa de Nosso Senhor JESUS CRISTO.

Foi Melchisedek Quem predisse a Abraham que sua mulher idosa, Sara lhe daria um filho, o que ele não duvidou. Disse-lhe também que Sodoma e Gomorra sucumbiriam. Neste ínterim, o Rei de Salém fez a maior e mais sublime de todas as Promessas ao Patriarca: ­“Que Ele Próprio surgiria do seu tronco como HOMEM!, para verdadeira bem-aventurança de todas as gerações passadas e futuras, desta Terra e de todo o Universo”.

De olhos e ouvidos bem abertos, os Discípulos ficam extasiados quando Jesus confessa: “EU SOU O MELCHISEDEK EM CARNE E OSSO!” Consta que Deus é Fiel, e como Verdade Eterna é a Fidelidade Personificada no Homem Jesus que é o Senhor, Senhor, Senhor! Finalizando estas Revelações inéditas, Jesus convida os Discípulos e demais presentes a um Brinde Celeste com o mesmo Vinho que fora ofertado ao Rei de Salém naquela época, como dízimo. “Este Vinho”, diz Ele, “tinha que ser conservado até hoje para que Eu, o Mesmo Melchisedek, dele bebesse com todos os que crêem em Mim e Me seguem!” Amém! Amém! 

Realmente é a hora do espírito, como luz da alma ressurgir! 

 

Fraternalmente, 

Thalízia dos Reis