“Pedro, tu és uma Rocha de Fé, mas João o Diamante Puro do Amor!” — Jesus
Meus caros, Deus não distribui o Seu Espírito na medida Infinita que só existe N’Ele, mas na medida existente no homem, que é o Amor! Houve apenas UM que trazia dentro de Si o Espírito Divino não na medida do homem que representava ser, mas na medida Infinita de Deus Mesmo. Esse Homem de carne e sangue, chamado Jesus de Nazareth, não veio apenas nos mostrar o Pai, trouxe-O Consigo. Era e é o Unigênito de Deus!
Aquilo que Mateus, Marcos e Lucas escreveram só é proveitoso para esta Terra, João, para toda a Eternidade. No Apocalipse fora-lhe dito: “Escreve as cousas que vistes, que são, e as cousas que irão dar lugar às que existem agora!” Assim, fica esclarecido porque “O Grande Evangelho de João”! A muralha que até então existia sem desvendar o fatídico véu de Isis, não mais existe; Deus revelou-se sem restrições e por Ele a Vida Eterna da nossa alma aproximou-se de nós.
Romanos, gregos, egípcios, fenícios acreditavam na transmigração das almas, e até hoje o fazem. É a chamada ciência da Metempsicose que pouco a pouco foi deturpada pelos doutrinadores e sacerdotes ambiciosos, uma vez que a verdadeira ciência não lhes trouxera lucro. Diziam voltar as almas humanas aos animais, e só eles, por meio de grandes benefícios podiam aliviá-las. A alma humana por mais impura jamais poderá retrogradar. Viemos de um processo de evolução muito mais fabuloso do que qualquer alegoria bíblica que afirma: “Deus fez o homem do barro vivificando-o pelo sopro divino”! O barro representa a parte mais grosseira da alma!
Ele nos fala da finalidade da luta em a Natureza onde um animal serve de alimento para outro; as formas materiais se devoram reciprocamente, contudo, muitas almas se libertam e as afins se unem para um grau mais elevado, ingressando em outras formas de vida até a majestosa forma humana. Muitos rejeitam a teoria evolucionista de Carlos Roberto Darwin, mas ele também a considerou esdrúxula. Por mais de duas décadas sofreu de crises periódicas de vômitos, tonturas aflitivas, e só mais tarde um pesquisador veio descobrir a origem de tão prolongado mistério. Era um mal psicossomático provocado pela tormenta de haver revelado ao mundo uma teoria que supunha demoníaca a revolucionária teoria da evolução dos seres por via de seleção natural. Constrangido, Darwin escreve a um amigo: “que livro um sacerdote do demônio poderá escrever sobre este destruidor, disparatado, vil, terrível e cruel trabalho da natureza? É como confessar um assassinato. Faltam apenas dois capítulos e a revisão, quando voltarei a ser um homem livre!”
Dentro das Obras da Nova Revelação as palavras de Darwin encontram um fundamento espiritual de Eternidade demonstrando a evolução anímica de uma alma através dos reinos da natureza, sendo ela um conglomerado de partículas altamente potencializadas de mineral, vegetal e animal. O homem natural vê apenas morte, destruição, julgamento, decomposição e perecimento, mas tal não ocorre dentro do Imenso Plano de Salvação do Eterno. Está escrito que o espírito vence!
Certa feita um romano questiona o Senhor sobre a luta em a natureza, onde impera a lei do mais forte, e o nosso Pai, para acalmar o seu íntimo, lhe dá um Exemplo da Unificação Animal! Diante de seus olhos um condor abate um chacal que havia ingerido uma gazela. Finalmente o condor é abatido por pastores. “As partículas inteligenciadas desses três animais irão se unir surgindo na forma humana. Será do sexo masculino, do qual se formará um homem perfeito caso seja bem educado. A sutileza da gazela regerá seu coração, a astúcia do chacal sua razão, e a força do condor sua coragem e vontade. Será de tendência bélica, mas tudo poderá ser amainado pela meiguice da gazela regendo seu coração.” Não significa esta unificação que tenhamos surgido do macaco, quando esse morre diz-se que sua alma morre com ele, e as partículas substanciais se unificarão a outras mais completas até o homem.
Por que não temos recordação da nossa organização física, até a completa união interna com o Espírito de Deus? Ele age mui sabiamente em não nos facultar recordação dos estados primitivos aos transitórios e isolados, assim como o nosso olho não pode diferenciar as gotas isoladas do mar. Ademais a alma não suportaria a fusão das partículas infinitamente variadas de inteligência e substância; seria dissolvida como acontece à gota d’água em ferro incandescente. Por isto Ele retira da alma a recordação de sua organização, “mas somente até a época de sua completa união Comigo”.
Cada animal, do mais ínfimo ao maior, possui apenas uma capacidade construtora; na alma humana existem todas as capacidades intelectivas de animais, daí suas noções e idéias, criando formas novas e importantes. O animal mais inteligente não possui fantasia, nem dom de composição integral. E o espírito? É o gerador, criador, guia, modelador, pai da alma. Quando atingirmos o Seu Pleno Renascimento com o Espírito Original, glorificaremos o Amor, Sabedoria e Onipotência do Grande e Único Construtor, que considera o menor átomo para em seguida uni-los em uma Obra Maravilhosa, de durabilidade eterna! Tudo tem o seu devido tempo, e a ordenação de Moisés hoje se cumpre: “Que haja luz!”
Saudações cordiais dos irmãos da Neoteosofia, com votos de um Feliz Ano Novo!
Fraternalmente,
Thalízia dos Reis