Para que? Deus Se fez Homem para que nós nos tornássemos deuses. “Vós sois deuses à medida que palmilhardes pelos Meus Caminhos, pois se sois portadores do Meu Espírito sois criadores como Eu”. Deus Se fez Homem para estabelecer uma nova união cujos laços poderão ser esticados à vontade, jamais serão rompidos. É a nova aliança entre Pai e Filho. As alianças anteriores feitas com Adam, Noé, Abrahão, Moisés e o próprio Templo foram rompidas. Antes de Sua descida para junto de nós éramos filhos e deuses apenas na expressão, hoje o somos com direitos vivos e divinos e podemos chamá-Lo: “Nosso querido e Único Pai!

Deus se fez Homem para nos gerar de novo no Espírito do Amor, fato raríssimo, ou mesmo único em todo o Universo. Antes de Sua Encarnação havia um Céu e uma Terra antigos, tudo se polarizava com o negativo tanto que ao espírito humano não era concebida a visão de Deus e continuar vivo; era a Lei do Deus Invisível. Mas, em aceitando a carne, tal polarização foi suplantada por uma outra, útil, digna D’Ele, e durável para toda a Eternidade.

Quando Jesus diz ser o Caminho, a Verdade e a Vida, perguntamos: Caminho de que? Do Renascimento Espiritual, dantes impossível por não haver caminhos aplainados para o Reino de Deus, da Verdade. Com esta nova aliança esvaneceu-se a antiga Lei do Deus Intocável e algo novo surge: “Eis que Eu vos anuncio cousas novas, as antigas passaram”, dizia Jesus. “Porque Eu também Me modifiquei, de Invisível tornei-Me Visível, de Impessoal, Personalidade no Homem Jesus”.

Para que Deus Se fez Homem? É claro que a Sua Eterna e Infinita Sabedoria tornar-Se-ia um enfado caso fosse desfrutá-La a Sós. Seria algo estranho falarmos do suposto “tédio divino”? Mas não é, e foi justamente para dele Se livrar que Deus preencheu o Espaço Infinito de Obras que correspondem ao Seu Poder e Onipotência, projetando igualmente seres inteligentes dotados de vasto saber. Assim, o Espírito Original Humanizou-Se, e não O fez apenas para nós e Anjos, mas O fez também por Sua Própria Causa, pois com o tempo, deveria extenuar-Se de tédio, vendo que não obstante uma Inteligência informe, eterna e perfeita, jamais poderia ser vista, tocada, compreendida por aqueles surgidos D’Ele Mesmo. Quão desolador para um pai terreno possuindo 20 filhos, atraentes, mas cegos e surdos, incapazes de com ele entrar em contato. Qual a imediata atitude desse Pai? Faria tudo para fazê-los ver e ouvir. Ora se isto faria um pai terreno, não ocorreria indiferentemente com o Santo Pai! Convençamo-nos de que o Seu Maior Desejo consiste em nos fazer aptos a vê-Lo, tocá-Lo e amá-Lo, sem perdermos a vida, mas ganha-la-emos.

Para que Deus Se fez Homem? Não só por nossa causa, está evidente, mas para Sua Maior Felicidade, isto estava determinado desde sempre no Coração do Pai, como Plano de Libertação Eterna. Imaginemos um sábio nesta terra, porém só; qual o seu maior desejo? Comunicar-se com outrem; procura por todos os recantos um ser vivo e pensante, não o encontrando, com o tempo sua Sabedoria se lhe torna um peso. Encontrando alguém, por mais rude que seja, com que amor haveria de tratá-lo! Eis o valor do próximo; a impossibilidade de contactarmos será uma desdita. De que adiantaria ao cantor o som comovente de sua voz, se ninguém o escuta? Um pássaro, com sua voz estridente, numa densa floresta, salta de galho em galho, no afã de encontrar sua espécie; não conseguindo emudece, aterrorizado deixa a floresta densa. Se os próprios animais possuem tanto amor que lhes desperta a saudade pela espécie, o que dizermos do homem, e incomparavelmente do Criador Sábio e Amoroso, que nos criou à Sua Imagem e Semelhança? Seria desprovido de Sentimento Quem nos deu um coração?

Não obstante rodeado de mundos maravilhosos, Deus Se encaminha para nós, e Qual Bom Pastor indaga: “Quem de vós, possuindo 100 ovelhas, não deixa as 99 para buscar aquela que se desgarrou? Afirmo-vos estar sempre disposto a sacrificar bilhões e bilhões de sóis e mundos para trazer todos ao Meu Regaço.” Outro consolo, a Parábola do Filho Pródigo, que nos fala de um Pai que sai ao encontro do filho, “Esse Pai”, diz Jesus, “Sou Eu!”

Ele, desde o início, Se referia à Época das Épocas, já prenunciando a Sua Encarnação. Levantaram-se os profetas, apontando o lugar. À época do Seu Nascimento, levanta-se um homem no qual encarnou o espírito de Elias, originalmente o Arcanjo Miguel (Malaquias 4 - 5), afirmando que o Cordeiro Divino é a Causa de todo o Ser, Deus Encarnado! Tudo se consumou, a Grande Epopéia do Espírito de Deus foi realizada, agora depende mais de nós realizarmos o nosso duplo destino: Reconhecer o Pai em Jesus! Ele Se regozija por não estar mais SÓ mas no centro iluminado do coração do filho. “Sois o Templo do Deus vivo e o Espírito Santo habita em vós”. ­Indizível alegria para ambos.

Desejando a todos um Feliz natal, deixamos registradas as palavras de José ainda na gruta: “O sol natural em breve desaparecerá, mas Este Sol, que hoje se levanta para esta Terra e todos os demais corpos cósmicos, jamais sairá do Levante, todos os que O reconhecerem se aquecerão nos Seus Santos Raios, fortalecendo-se na emanação do Seu Espírito que é Santo, Santo!” Ele é o Eterno Sol Espiritual, a Nova Aliança que jamais se romperá, porque é entre o Pai e Filho. Amém!

Nossa gratidão eterna, Senhor, nosso Santo Pai Jesus!

 

Cordialmente,

Thalízia dos Reis