Meus caros: não se encontra nos Planos do Eterno nos conduzir ao conhecimento do Único e Verdadeiro Deus e da Vida Eterna através de milagres. A Fé viva exige todas as nossas forças físicas, psíquicas e espirituais, por isto a vida eterna jamais poderá nos ser comprovada por uma alma encarnada ou desencarnada. Temos que descobri-la dentro de nós mesmos. Não é necessário que uma alma venha se manifestar, uma vez que o espírito liberto pode projetar a sua vontade, e isto é muito mais importante do que a visão e a audição. Insuflando-nos pensamentos e sentimentos positivos esses se unificam à nossa vida e determina a nossa ação, como se fora da nossa própria autoria. Como vemos, não há coação do nosso livre arbítrio. “Quem não acreditar por Mim, não o fará por outrem.”

Pelo Evangelho sabe-se ter Ele, após a Sua Ressurreição, retornado ao convívio dos Seus, permanecendo 40 dias, que representam 40 dias no deserto, quando o Homem Jesus Se preparou para dar o Passo Decisivo de Sua Vida. Comprova assim Suas Palavras e a vida da alma após o túmulo. Se não conseguirmos alcançar este fato, as próprias decepções nos levarão a isto.

A primeira a vê-Lo foi Maria Madalena. “Não Me toques”, disse-lhes Jesus, por quê? “O seu amor ainda impuro para Comigo a impede de tocar Meu Ser Puramente Espiritual. O seu espírito, sem um pouso firme em sua alma, romperia o seu peito no afã de se unir a Mim”.

Maria Madalena e Maria de Betânia, irmã de Lázaro, “ambas ungiram os Meus Pés, enxugando-os com os cabelos”. Duas cenas semelhantes externamente, mas de importância diversa, espiritualmente. “Foi Maria de Betânia que Me amava com sentimento puro, seu Senhor e Mestre, não havendo atração física. Por isto sua atitude é de importância diversa de Maria Madalena”. Como nos desprender da Sua Pessoa Física? Transportando-nos à esfera Espiritual do nosso Mestre e Senhor, assim encontramos N’Ele o Pai Bondoso e Eterno, descansando em Seu Coração com amor filial.

A Caminho de Emaús, Simão e Cleófas entregam-se aos queixumes e lamúrias pelo Seu Passamento. “Por que O mataram, sendo Ele o Divino?” Queriam vê-Lo, só assim acalmariam seus corações; mera ilusão!! Esta exigência poderá nos conduzir a enganos e mistificações pelos subterfúgios do inimigo da Vida de Deus. Como consta na Escritura, não lhe será impossível imitar a Figura do Cristo, revesti-Lo de brilho, e não é Ele!? Na Sua Esfera Espiritual estaremos livres de todos os desejos externos, saudade material, surgindo uma outra saudade, a saudade espiritual, maior e mais poderosa, passando a existir para nós uma única Vontade e Realização: O Pai.

A Sua Aparição no Mar Galileu tinha uma finalidade única: soerguer Pedro, profundamente triste por tê-Lo negado. Existe um outro ensinamento: João O reconhece caminhando sobre as águas, chama a atenção de Pedro: “Não vês que é o Senhor?” É o amor despertando a Fé. 

Os Discípulos estavam cientes de que não mais O veriam naquele Corpo Transfigurado. Reunidos em casa de Lázaro, Pedro levanta o ânimo de todos: “Irmãos dentro em breve, virá a hora em que Jesus deixará de ser o Filho, para depois, já como Pai Eterno se aproximar mais de nós, e viver em nós, como Guia, Consolador, Doutrinador e Admoestador! A missão outorgada por Ele a nós não se restringe na Divulgação do Seu Verbo apenas ao mundo ao nosso redor, atinge as comunidades, angelicais e espirituais.” 

É, meus caros, se Deus fosse apenas Deus, jamais algo teria sido criado, tudo se resumiria em um Pensamento Infinito, Visível apenas por Ele Mesmo. Quem se alegraria de sua existência, livre, independente em Deus? Poderíamos até imaginar um suposto tédio divino. A nossa existência é uma partícula da Existência de Deus, uma manifestação dentro D’Ele, porém, algemada em Sua Plenitude de Vida. Pois bem, num período qualquer Ele liberta a nossa partícula, e hoje aqui estamos, seres livres e independentes, aptos para reconhecermos em tudo o Seu Amor, Sabedoria e Onipotência.

João testemunha do Verbo feito Carne, o Homem de todos os homens, e nós, seus reflexos vivos. Só que antes vivíamos sob o peso implacável do Deus da Sabedoria, que ditou no Sinai Leis imperativas. Em Jesus, conhecemos o Deus da Misericórdia, o Pai que nos criou, e recriou tudo de novo. Em Jesus, recebemos a Luz Real das Bem-aventuranças eternas.

Vejamos o nosso Sol, desde épocas imemoriais projeta a sua luz e jamais se enfraquece. Por que? Por mais que os seus raios se afastem chega um momento em que encontram um ponto para barrá-los o trajeto, forçando-os o retorno à sua origem, ao Sol, porém mais intensos. A ordenação de Moisés: “que haja Luz” não se referia ao planeta material; esse, não é receptor, a grande receptora é a nossa alma, podendo assim despertar o seu espírito, unindo-se a ele para a conquista do seu Renascimento. Perfazendo ambos um ser indivisível se encaminharão para o Renascimento do espírito humano com o Espírito Original de Deus. Eis o Batismo do Céu!

Quem quiser pisar os caminhos para o Meu Reino, sem desejar conhecer-Me em Verdade, poderá atingir grau elevado de perfeição, nunca porém uma União Comigo. “Eu Sou a Porta”.

 

Saudações Fraternas,

Thalízia dos Reis