Meus caros, quando vos indagarem qual a vossa procedência respondei: “Vim da Luz, lá onde Ela nasce de si mesma, surge e se manifesta em sua imagem inicial”. Esta Luz é o espírito que, embora não tendo forma, é a entidade que cria as formas, assim como a luz do sol irradia constantemente, mas, sem um objeto, não pode ser vista. Por mais elevado que seja o espírito, não poderá ele se manifestar, tornar-se visível e surgir como força viva, a não ser através da matéria, comprovando que toda força tem que encontrar uma contra-força caso se deva manifestar como tal. Esta mesma relação se estende até o Ser Supremo! Para Se tornar Visível, Tocável, Deus Mesmo criou para Si um Corpo de carne e sangue, conforme consta em João: “Verbo feito carne.”
Todos conhecemos o efeito da luz material dentro da Natureza; na Terra, no ar encontram-se todas as formas, porém, inertes, mas basta surgir a luz, todas adquirem a vida e as formas se multiplicam. Indagaram a Jesus, o que vem a ser a luz, uma vez que até hoje os cientistas discutem a seu respeito. “Eu Mesmo Sou a Luz em toda parte! A Luz é a Minha Veste, reflexo da Minha Natureza Intrínseca que é atividade plena e incansável” e onde há grande atividade, a luz se apresenta mais forte, como emanação da atividade dos Anjos e espíritos evoluídos. Os sóis brilham mais do que os planetas; neles há atividade milhões de vezes maior que nestes. De igual modo, a luz de um arcanjo é mais do que a de um simples anjo. Um diamante brilha mais do que um simples cascalho porque suas partículas vibram incalculavelmente mais, daí sua dureza. Na gruta, junto à Criancinha, José diz em êxtase: “O sol natural segue o seu caminho habitual segundo a Vontade de Deus e se porá dentro de algumas horas! Mas Este Sol que hoje Se levanta, jamais!” Amém! Amém!
Irmãos, se nos indagarem quem somos respondamos: à medida que palmilharmos os Seus Caminhos, seremos deuses criaturas ao Seu Lado, condição conferida aos filhos desta Terra! E os demais seres do Universo? Ocorre que entre este período e todos os demais precedentes existe uma diferença intraduzível. Em nenhum outro período do Grande Homem Cósmico, o Espírito Original Se envolveu em um Corpo pela Força de Sua Vontade. Somente o “atual” período teve o privilégio de contemplá-Lo Humanizado na Pessoa de Jesus. Esse contato direto com Seus Filhos fazia parte do Coração do Eterno desde sempre.
Se os homens nos perguntarem qual é o Sinal do Pai em nós, respondamos: “movimento e descanso ao mesmo tempo”. Para o nosso entendimento e de todos, dentro do tempo as coisas parecem estacionárias; mas em verdade até mesmo a pedra mais dura se movimenta em suas partículas, nada está estacionário. Na Eternidade dá-se ao contrário. Tudo se encontra em constante movimentação, mas em verdade tudo está mais serena calma.
Ele Mesmo nos dá um exemplo: pretendendo chegar a uma cidade qualquer, necessitamos de um certo tempo. Na Eternidade, o espírito liberto poderá poupar-se deste trabalho. Permanecendo no mesmo local, empreenderá as mais longínquas viagens através do pensamento, vislumbrando tudo pela consciência. “Eu”, diz o nosso Pai, “não necessito fazer uma viagem para chegar de uma Eternidade a outra, e os Meus Amados também não precisam fazê-Lo a fim de vislumbrar todos os incontáveis milagres da Minha Criação! Desfrutarão juntamente Comigo na eterna paz da Vida Verdadeira e Eterna, muito embora não estejam conscientes desta paz, mas de uma eterna mobilidade, de um labor constante”.
Tais verdades oprimem a alma por mais sábia e perfeita, o mesmo não ocorrendo com o espírito despertado pela Força e o Poder do Amor Misericordioso do Pai! “Olhos e ouvidos humanos jamais verão e ouvirão o que reservo aos Meus Filhos”. Imaginemos que, durante o sono, sonhamos estar correndo, pulando e até mesmo viajando; todos esses movimentos durante o sonho não atingem a nossa pessoa em repouso. Temos aí, em proporções diminutas, o que ocorre em proporções ilimitadas na Gloriosa Eternidade que é dom dos filhos de Jesus! O sinal do Pai em nós é o despertar do espírito humano que, em união com o Espírito de Deus, se apossa do Poder e Liberdade ilimitados. Compartilhar da Onipotência Divina, e continuar dentro do nosso livre arbítrio, é o máximo que se pode imaginar a criatura.
O maior desejo D’Ele consiste em nos sentir aptos a vê-Lo, amá-Lo e com Ele comunicarmo-nos sem prejuízo para nossa vida. Não cometemos engano se afirmamos ter Deus Se revestido de carne não só por nossa causa, mas para Sua Maior Felicidade; somos tão necessários para o Seu Coração, tanto quanto Ele O é para o nosso! Isto nos basta!
Saudações fraternas,
Thalízia dos Reis