“Não penseis e nem faleis tanto da Minha Morte, mas sim do Meu Espírito, que tudo criou, rege e organiza no Espaço Infinito. Esse Espírito é Quem Me deu a força para vencer e transformar o Gólgota num pedacinho do Céu! Esse Espírito é Quem Me diz faça isto, ou faça aquilo.”
Caros irmãos, depois dessas Palavras do Crucificado o que nos resta fazer? O que fizeram todos os Anjos, Arcanjos e espíritos celestes: o que cantavam quando do Seu Nascimento não pode ser comparado aos cânticos entoados ao presenciarem a morte de sua matéria. O mundo viu o Gólgota material, e o Gólgota Espiritual? Desse, nada presenciou. Todos os seres estavam voltados para aqueles momentos, e nada puderam fazer porque Ele Mesmo determinara: “Deixai-Me a Sós; porque Aquele que pode ajudar-Me está dentro de Mim, é o Pai, que foi e será o Meu Amor Eterno.” Convençamo-nos de que Jesus não veio apenas nos mostrar o Pai, trouxe-O Consigo, e quem não puder assimilar no coração esta realidade jamais será seu verdadeiro adepto e seguidor! A Pessoa de Jesus foi apenas o Ponto Central externo de Sua Divina Natureza, e se considerarmos a Sua Vinda, Vida, Morte e Ressurreição Ele estará não só entre nós, mas em nós!
Certo dia, reunidos em casa de Lázaro, os Discípulos com profunda expectativa aguardavam a Sua Ascensão, Pedro os acalma dizendo: “Irmãos, dentro em breve, virá a hora em que Jesus deixará de ser o Filho para, depois já como Pai Eterno, poder Se aproximar ainda mais de nós.” Realmente, qual foi o Seu último recado? Que permanecêssemos em espírito com Ele.
Afirmando que a Sua Missão terminava, passou a nós a tarefa de divulgarmos o Seu Verbo que atinge não apenas os que nos rodeiam, penetrando o Espaço Infinito. Hoje, Ele não é mais Mestre e nem Senhor, mas Deus e Pai Eterno! Hoje, Ele não mais indica caminhos, segue o caminho do Seu filho, e todos os que de nós se aproximarem sentirão a Sua Presença.
No texto do Evangelho, lemos: “E Deus enviou o Seu Filho ao mundo”, não como se enviasse a outrem, porque “Eu Sou o Invólucro de nós Ambos”, diz Jesus. A Sabedoria estipulou o Mandamento, a Vontade, a Força exigiu o cumprimento, e o Amor encontrou em Jesus o caminho para a realização do Plano de Libertação! Jesus só existe de dois mil anos para cá, e o Seu Corpo só teve uma finalidade, ocultar o Espírito que N’Ele habitava e habita. O Impessoal torna-Se Personalidade no Homem Jesus e a união de ambos possibilita o encontro da criatura com o Criador.
Três dias no túmulo, foi a mais profunda descida da Divindade à matéria. Sua Alma (o Cristo) unida ao Espírito Original transpôs a fronteira do racional, indo em busca de todas as almas que viveram antes D'Ele, e que se encontravam algemadas pela Lei da Sabedoria! Aguardavam o Ressuscitado para conferir-lhes o ingresso no Reino da Vida, Vida em Abundância. Com a Sua Ressurreição iniciou-se no mundo dos espíritos a construção da Nova Jerusalém, a cidade de Deus. Suas Palavras só podem tocar o espírito, não a carne, e felizes os que se mudarem para esta Casa, que é o Seu Verbo; esses receberão vestes nupciais da Filiação Divina, a máxima honra para o espírito humano.
Irmãos, ante o sério compromisso com o Amor do Pai, não podemos transmitir-vos promessas vãs, palavras ocas, tudo terá que ser carregado do espírito como foi dito e fielmente transmitido por Ele. O Verbo é o Verdadeiro conhecimento de Deus e da Vida Eterna, e não se restringe a esta Terra, mas a todos os seres.
A alegria do filho é também a alegria do Pai Celeste por isto disse Ele: “Na Cruz Eu fui infinitamente mais feliz do que quando iniciei a Criação de Céus e Terras. Como Criador era Qual Juiz Implacável no Centro da Minha Divindade Insondável! Jamais visto, tocado e compreendido. Na Cruz Sentia-Me como Pai acessível, rodeado por vários filhos”.
Caros irmãos, de todos os mundos há testemunhas de que a nossa Terra foi o Palco de Suas Infinitas Misericórdias, e os espíritos mais elevados disputam o privilégio de palmilharem por onde palmilhou o Seu Senhor! Agora, tudo se encontra na mais perfeita Ordem, podemos fitar a Ti, Santo Pai, num êxtase sublime, e Tu, por Tua Vez, regozijas-Te por não estares mais Só, e sim, no centro iluminado do coração do filho; alegria e bem-aventurança indizíveis para ambos!
É imperioso falarmos da revelação espiritual do gesto de Maria de Betânia, ungindo os Seus Pés! “Ela”, diz Ele, “não fortaleceu propriamente o Meu Corpo, mas a Minha Alma, proporcionando-Me a Força para o dia do Meu Sepultamento, quando Minha Alma vencerá a prova maior. O Amor desta minha filha Eu o retribuirei à Humanidade.”
Fraternalmente,
Thalízia dos Reis