O momento se apresenta propício para falarmos acerca do Salmo de David (90) relacionado à “Brevidade da Vida”. No versículo 3 consta: “Reduzes o homem ao pó, dizendo: Retornai filhos dos homens”. Quem são os filhos dos homens? Orgulho, amor próprio, egoísmo, domínio, enfim, todo esse cortejo de sentimentos negativos. Tudo isto sim, terá que se transformar em pó, não o homem em si. A carne do nosso corpo logicamente apodrecerá, transformando-se em vermes, plantas, e de suas psiques surgirão seres completamente diversos que jamais terão ligação com a nossa alma e o nosso espírito.

Cada um de nós que retorna ao Lar Paterno não deixa de ser, em síntese, o retorno do Grande Arcanjo cuja alma subdividida perfaz todos os compêndios cósmicos. E o nosso Pai chama a nossa atenção para ensinamentos profundos jamais proferidos desde que existem homens na Terra. Diz Ele, que em todo mundo material e espiritual não existem os chamados demônios primitivos apresentados às almas como uma realidade concreta. Deus nada mais respeita tão imperiosamente quanto o nosso livre arbítrio, e cada um de nós possui meios de sobra, para nos tornarmos Anjos perfeitos ou demônios perfeitos. Necessário se faz apenas um pouco de boa vontade, e os Céus insuflarão constantemente compreensão e força à nossa alma, até que nos capacitemos para uma Revelação mais elevada, quando então seremos por ele Mesmo conduzidos à Verdadeira Luz da Vida.

Não fomos criados para a perfeição, mas para refletirmos a Sua Imagem e Semelhança, mas vejamos bem, ninguém se liberta por mera Misericórdia, mas pela vontade fixada, uma vez que Misericórdia Ele a tem até mesmo com os piores recalcitrantes, e se assim não fora não mais existiriam sóis, planetas, terras e seres. “Eu deixo que o Meu filho se torne apto em todos os caminhos”, mas se exclamarmos em nossa reconhecida fraqueza interior: “Pai, sou demasiado fraco para libertar-me com os meios que me auferistes, dá-me a Tua Mão!” Assim, nós mesmos reconhecemos as nossas deficiências e livremente pedimos o socorro do Alto. Mas tanto a nossa vontade, conhecimento e confiança terão que acompanhar a súplica.

Meus caros, deste Verbo Divino não se perderá uma vírgula, e a Terra subsistirá como existiu após o dilúvio de Noé, não obstante tantas convulsões, por ser ela o único veículo no Espaço Infinito para fazer retornar a Mim todas as Minhas Idéias e Pensamentos. O seu fim só ocorrerá quando, após épocas incontáveis, soltar todos os seus prisioneiros, transformando-se em corpo espiritual no mar luminoso do Sol. Não existe uma finalidade eternamente material, tudo terá que retornar ao espírito. Constantemente dizem os pregadores: “Um dia haverá Um só Rebanho e Um só Pastor”. Como? Unificar as religiões? Isto jamais constituiu Plano do Eterno. 

Não obstante a incalculável existência dos corpos cósmicos, seu tempo um dia chegará ao fim, terminando um período da Criação, dando início a uma nova, em território longínquo no Espaço Imensurável. Poderíamos exclamar como Mathael: “Senhor, basta, Tua Grandiosidade é um mar de fogo, o Teu Amor um favo de mel, que arrebata e alegra o meu coração! Por isto agarro-me a ele”. “Ocorre, diz Jesus, que o meu filho, mesmo o mais fraco, é infinitamente mais poderoso, pelo Meu Espírito no coração de sua alma, do que milhares de sóis. Meditemos sobre a nossa finalidade como filhos do Altíssimo que jamais sentiremos um nada no nada, mas um todo no Todo. O homem não só se torna sábio daquilo que ouve e de pronto compreende a fundo, e sim, geralmente daquilo que não assimila, pois o que entende não mais será objeto de reflexão e pesquisa, e “Eu vos quero intelectualmente ativos”.

Indagaram-Lhe: “Senhor, consta que Elias vivera três vezes nesta Terra, como Sehel, Elias e João Batista, como tal foi decapitado. Consta também que no dia do Juízo Final os corpos ressuscitarão unindo-se às almas! Apresentar-se-á ele com três corpos?” – “Desse corpo”, diz Ele, “não se levantará uma só partícula para se unir à alma no Além. Ressuscitarão, não esse corpo, mas as verdadeiras obras de Amor a Deus e ao próximo, qual corpo sólido e etéreo no primeiro dia da vossa existência em espírito e verdade”. Daí a Sua afirmativa: “Meus filhos não verão e nem sentirão a morte, porque Eu Mesmo os ressuscitarei no primeiro dia de existência no Meu Reino”. As trombetas que ecoarão significam as grandes transformações morais e espirituais que se processam dentro da nossa alma. Não obstante tantas encarnações, teremos no Além um único corpo, o corpo das Boas Obras! A alma regiamente adornada, e o espírito revestido de um corpo nobre.

Após ensinamentos tão profundos diz Jesus: ­“Neste momento não Se pronuncia o Médico Milagroso de Nazareth, mas Aquele que habita em Mim desde Eternidades, como Pai cheio de Amor e de Misericórdia, e Deus Único que vos diz: Eu Sou o Alfa e o Ômega, o Eterno Princípio e o Fim de todo o Infinito!” Amém, Amém!

Nossa gratidão eterna, Santo Pai, e todos quanto lerem esses ensinamentos sintam a confirmação de Sua Vontade!

 

Cordialmente,

Thalízia dos Reis