É bem verdade que fora dito a Moisés, quando desejou ver a Face de Jeovah: “Ninguém pode ver Deus e permanecer vivo”. Com isto muitos negam a Sua Permanência como Homem entre os homens, mas o texto prossegue: “Cobrir-te-ei com as Minhas Mãos até que Eu haja passado, então ver-Me-ás pelas Costas” estas significam justamente o Físico de Carne com que Jeovah surgiria como Homem entre nós.
Naquela época só se falava do Espírito Eterno de Deus, hoje, podemos vê-Lo, tocá-Lo, ouvi-Lo e falar-Lhe, sem que sejamos aniquilados com a Sua Presença. Entre nós e o Criador havia um abismo intransponível, criado pela Lei, a ponto do espírito mais perfeito não poder D'Ele se aproximar. “Por isto revogo toda a antiguidade, inclusive a Lei de Moisés, não por falta de consideração, absolutamente. Revogo o castigo externo que era imposto ao infrator.” Imaginemos um país dividido por possante rio, chega um hábil construtor e eleva uma ponte sobre as águas e nos convida a atingir a outra margem, onde o sol brilha mais e as idéias são mais claras. Esse exímio Construtor “Sou Eu”, diz o nosso Pai. A Ponte é o nosso amor para com Ele, assim como Ele, pelo Seu Amor para conosco, revestiu-Se de um corpo mortal, com um único objetivo: não ser mais um Deus afastado mas um Pai, Amigo e Irmão.
A Sua Nobreza não nos extermina porque provou ser Manso e Humilde de Coração. Sejamos alegres e não alimentemos temor fútil; Ele nos amou muito antes que existíssemos. Como? Meus irmãos, tudo o que abarca o Universo é o Seu Pensamento Corporificado, logicamente, também nós, e o espírito no coração da nossa alma é uma fagulha de vida, uma chama que se desprende do Coração de Jesus! Amém! Amém!
Ele não viria por uma simples bagatela! Vejamos os Salmos de David, que representam o espírito humano. Que grande dilema a condição de irreversível do espírito. Daí suplicava, pedia: “Senhor, se estou morto como posso lembrar-me de Ti! Como glorificar-Te no sepulcro? Salva-me Senhor!” A Parábola do Bom Pastor expressa a razão de Sua Vinda: “Estou sempre disposto a abandonar 99 Céus, em busca daquele que se tombou”.
Uma pergunta curiosa, e até então persiste: “Como viveu Jesus dos 12 aos 30 anos?” As hipóteses são várias, mas só agora Ele mesmo nos revela comparando-Se a um vegetal que na primavera se cobre de flores, encantando a todos, chamando a atenção. Em seguida caem as flores, e o vegetal dá a impressão de encontrar-se inativo, mas em verdade está trabalhando intensamente para no outono soltar os frutos maduros. Assim fez Ele!
No texto bíblico lemos o seguinte: “E aconteceu que, passados 3 dias, O encontraram no Templo, assentado no meio dos doutores, interrogando-os e confundindo-os” Mas o que falou aquele menino extraordinário? Todas as Suas indagações versaram sobre as Escrituras, pois era do Seu Desejo comprovar pela boca dos profetas ser Ele o Messias Prometido. “Qual foi o motivo”, indaga o menino Jesus, “que levou o profeta Isaías dizer sobre uma Virgem que daria a Luz a um Filho, e todos O chamarão Emanuel (Deus conosco)? Fundará um Reino Espiritual!” E o que vem a ser um Reino Espiritual sobre a Terra? Um Reino sem pompas externas que se revelará a cada um de nós, e quem O conquistar não verá e nem sentirá a morte. “Não seria Eu esse Menino mencionado nas Escrituras?” – “Se o Sou, porque desconsiderais o Seu extraordinário Nascimento em Bethlehem?” Quem é a Virgem pela qual nasceria o Filho do Altíssimo, e por que irá Ele comer mel e manteiga, até que saiba rejeitar o mal e acolher o bem? O mel é o amor mais puro e o verdadeiro Bem, e a manteiga, a sabedoria de Deus! Tudo isto jorrava de Sua Boca em profusão!
Após o Templo, Jesus retraiu-Se inteiramente e não mais operou milagres até os 30 anos, vivendo, trabalhando como homem qualquer! Embora sentisse constantemente e de maneira viva a Divindade Onipotente. Tudo no Infinito dependia de um simples aceno Seu. Tudo lhe era submisso, e de tudo isto tinha consciência a Sua Alma! Que luta do Homem Jesus, que corresponde à Grande Epopéia do Espírito de Deus! Ser Onipotente e Humilde ao mesmo tempo; foi isto que Lhe valeu o Título de Herói, conforme consta em Isaías.
A Sua Máxima Bem-aventurança, e que constitui a coroação de todas as Suas lutas e empenhos, é ver, constatar a nossa disposição para nos apossarmos de Suas Capacidades. A nossa alegria acerca de uma capacidade dificilmente conquistada é a Sua Alegria! Afirma o nosso Pai, que a Sua Perfeição Eterna e Infinita recebe um valor incalculável “quando almejada pelos Meus filhinhos pequeninos e fracos”. “Sede perfeitos como o vosso Pai”.
Feliz Natal!
Thalízia dos Reis