Qual a causa? Ele Mesmo nos esclarece dizendo ser o reflexo do próprio homem! E mais, afirma que jamais há de querer em Se apresentar contrário à Imagem que cada um projeta dentro de si. Para os que possuem um coração pleno de conhecimento e amor, Eu só posso Me apresentar como Rico. Para o Misericordioso, Sou a Misericórdia. Meigo para os meigos. Se somos pobres de coração não há outra possibilidade, só podemos vê-Lo como necessitado e miserável. Uns fazem D’Ele, que é o Amor Eterno, um Juiz vingativo. Um outro o vê como uma fatalidade, um destino cruel. Outros mais, como um Pai Bondoso!
Deus não distribui o Seu Espírito na medida infinita existente dentro D’Ele, mas na medida existente em nós. Essa medida é o amor que tanto quanto o conhecimento e a vontade são livres. Dentro desse amor, cada um cria, projeta a Sua Imagem, que na grande maioria não corresponde à Sua Forma Básica, à Sua Imagem e Semelhança. Assim, surgem as diversas noções a respeito de Deus.
Jesus fala aos fariseus: “Se possuísseis um justo grau de amor, de há muito ter-Me-eis reconhecido, porque o amor reconhece o seu Semelhante, a Vida descobre a Vida!” Assim cada criatura O projeta nisto ou naquilo, mas quão poucos O projetam em seu coração como Pai Amoroso. Um dia vamos deixar esta aparente base, e do nosso espírito projetar-se-á a Imagem que D’Ele fizemos durante a nossa curta passagem pela Terra. Só O contemplaremos, e com Ele convivendo, se O levarmos inteiramente desenvolvido em nosso coração.
Irmãos, não houve sábio da antiguidade que sentisse o Ser Supremo como Fonte de todo Amor e Vida; eram almas fortes, mas não conseguiram atingir o cerne da Árvore do Conhecimento, ou seja, quebrar, dominar o intelecto, cuja luz intermitente é incapaz de desatar para nós o entendimento mais profundo. Por isto não podiam escrever, se expressarem de outra forma, porque Deus, o Espírito Original não havia Se revestido de um corpo, permanecendo o veredicto da Lei do Deus Invisível, Intocável. Platon pesquisou a Natureza Divina e O viu qual fogo e luz! Não podia chegar a outra concepção porque a Impessoalidade do Criador não condicionava um ponto central de irradiação. Era um mar de Luz, o flutuar na Luz!
O Unigênito de Deus, o Cristo, diz: “Nunca a Divindade se fez Visível”. E João conclui mais profundamente tal afirmativa dizendo que só agora as criaturas conseguem o Seu Verdadeiro Conhecimento em Jesus, que veio não apenas nos mostrar o Pai, trouxe-O consigo. Hoje, a sensação de Quem D’Ele se achega, é de duas pessoas que se aproximam.
O Impessoal torna-se Personalidade em Jesus, e a União de ambas na Forma Humana nos confere a percepção da Divindade Personificada. Deus, Espírito Original de máxima Perfeição envolto de uma Alma também pura e perfeita Se nos apresenta num só corpo, portanto, Um DEUS, jamais três Divindades. E ainda dividida em três Pessoas? Isto é algo deveras infantil, jamais aceita por alguém dotado de uma certa inteligência. Se admitirmos três seres distintos, que se dizem eternos, sem princípio e fim, temos que admitir algo inadmissível! A existência de três Espaços Infinitos, três Eternidades. Isto é politeísmo, característica do paganismo. A Luz Completa prometida para esta época é a Revelação do Único e Verdadeiro Deus em Jesus, sem sofismas e equívocos. Só pode existir Um Direito de Realeza Divina; se fossem três, o Reino Unido e Infinito de Deus estaria esfacelado e sua subsistência seria imaginável.
Não foram apenas os judeus que aguardavam o Messias. Sócrates e Platon falavam do “Logos” e do Sábio Universal, ainda por vir. Confúcio referia-se ao “Sábio” e “Santo”. Os dramaturgos falavam do “Salvador e Redentor” que libertaria o homem da primeira e mais antiga maldição, a matéria. Na Biblioteca de Alexandria, foi predito o nascimento “Virginal” do Messias. Virgílio, fala de uma mulher casta que sorri para o menino, a vinda do mesmo acabaria com o jugo do ferro: a Lei. Esta seria substituída pelas Bem-Aventuranças Evangélicas transmitidas por Jesus no Sermão da Montanha, sendo em Espírito o Mesmo Jeovah do Sinai.
Irmãos, consideremos estes ensinamentos não só para nós, também para nossos filhos; é uma escola para a Vida Eterna; e paz na Terra, que será purificada pelo Pai e não julgada pelo Juiz! Amém!
Thalízia dos Reis