Relembramos ao leitor amigo que Moisés, no Livro da Criação, não se referia ao mundo visível. Como sábio, tinha como objetivo apenas a Verdade. Oculta em quadros alegóricos, a Sabedoria do profeta hoje nos é revelada pelo Próprio Espírito que A ditou, abrangendo não só as criaturas desta Terra, mas de todos os mundos, tanto material quanto espiritualmente. Por que só agora? “Tudo tem a sua hora dentro da Eterna Ordem Divina”, como disse Salomão. É inegável que estamos vivendo uma época de Graças Especiais, e Ele nada nos pede além de divulgarmos o Seu Verbo, o Verbo do Pai, sem sofismas e equívocos, na mesma pureza transmitida aos Discípulos.

Indagaram-Lhe: “Como farão os que sucederem, se não estarás Pessoalmente entre eles, como acontece a nós de modo tão feliz?” “Não estando Presente em Pessoa, sê-Lo-ei no Espírito do Meu Amor, Sabedoria, Força e Poder, depositando em coração e boca o que deveis falar”. Onde o Seu Verbo é proferido, fala e age o Espírito de Deus, como Pai Eterno, e não Sua Pessoa Física que terá que ser dissolvida para que toda matéria possa ser salva, e o seu específico espiritual conduzido à bem-aventurança. Essa é a Missão do Espírito Divino, como o Cordeiro.

Irmãos, pergunta-se: por que Moisés fez seguir seis dias após o primeiro dia da Criação? Baseia-se na observação segura de que cada coisa, desde o início até sua perfeição passa por seis períodos dentro da Ordem Divina, como se observa com a espiga de trigo quando amadurece na haste seca.

Senão vejamos: Da semeadura ao germinar dá-se o primeiro dia; do germinar até a formação da haste e folhas protetoras, o segundo dia; daí ao último anel rente à espiga, o terceiro dia; segue-se a formação dos vasos como aposentos nupciais para a geração da vida até a flor, o quarto dia; daí, a queda da flor até o desenvolvimento do fruto, o quinto dia; finalmente, a queda da casca que envolve o fruto já amadurecido exigindo a semente o alimento celeste para uma vida livre e indestrutível, o sexto e último dia de formação plena. Finalmente o sétimo dia, o repouso representado por uma vida apta a reconhecer em tudo a Glória do Criador. Vida Consolidada para a Eternidade, que é dom dos filhos de Jesus. Vida revestida da Perfeição Divina. O descanso da Divindade não traduz repouso material, mas a Vida Consolidada N’Ele, e no homem, como resultado final de todas as lutas e esforços precedentes de Deus.

Quando a nossa alma tiver consciência de que encontra em plena atividade dentro da Sua Ordem, ela descansa no Senhor, e o espírito nela contido não se atormentará, ingressando na Polaridade de Deus.

Os sete dias da Criação estão em íntima ligação com os Sete Espíritos Originais de Deus, com os Sete Sacramentos e os sete dias da semana, dias espirituais. Observa-se claramente que a história da Gênesis aplicada literalmente à Criação da Natureza é mero contra-senso, não se contesta. Mas se aprofundarmos na seqüência dos Livros de Moisés verificamos que, em suas alegorias, ele se reportava à formação original do sentimento e do intelecto dos primeiros seres da Terra e não à Criação Cósmica! E não nos esqueçamos que Deus nos criou à Sua Imagem e Semelhança. Somos, como espíritos, Seus reflexos vivos.

Uma outra frase, que deve ser bem esclarecida: “Produza a Terra erva verde que dê sementes e árvore frutífera que dê frutos”. Qual o significado? A interpenetração da luz material com a Luz espiritual, ligando os dois pólos, não da Terra, mas do espírito, conferindo-lhe o Renascimento e à alma, sua bem-aventurança eterna. Estas duas luzes nos elevarão à Sabedoria dos Anjos; e Deus Mesmo aproxima-se de novo da criatura e como o Eterno Amor fala, ordena ao espírito do homem: “Produza a Terra erva verde que dê sementes e árvore frutífera que dê frutos”. Que significado maravilhoso: “o que o intelecto iluminado pela Sabedoria Divina reconhece como sendo inteiramente bom e verdadeiro, também o quer e deseja o amor da criatura. Unificam-se Fé e Razão, conciliam-se a lógica humana com a lógica divina. É o homem espiritual dentro do homem material.” Paulo expressa muito bem essas duas manifestações: “Não mais vivo eu, Cristo vive em mim”. Vivo na carne, mas não milito na mesma.” 

A indagação de sempre: “Quando virá o julgamento?” Para que o príncipe do mundo (a MENTIRA) possa ser julgado, deve primeiro receber aquilo que o julgará, isto é: “O meu Verbo”, a Revelação do Único e Verdadeiro Deus em Jesus. O Consolador jamais poderá ser um conjunto de normas, conceitos humanos! O Grande Consolo para hoje e sempre é o seguinte: ENTRE DEUS E OS HOMENS DESTA TERRA EXISTEM RELAÇÕES EXTRAORDINÁRIAS A PONTO DE ELE NOS CHAMAR DE: “FILHOS, AMIGOS E IRMÃOS” E MAIS: “SEDE PERFEITOS COMO EU O SOU!”

 

Saudações fraternas,

Thalízia dos Reis