A letra mata, o espírito vivifica. Analisando literalmente tal pronunciamento Evangélico, temos que excluir a Misericórdia Divina e admitir que a Sua Encarnação não teve nenhuma finalidade, permanecendo os seres criados sob o Imperativo da Lei! Esta é a manifestação da Onipotência que só produz julgamento sobre julgamento.

Como soa mal a expressão “malditos”. Observemos gramaticalmente a frase mencionada, e nos convencemos que a Divindade jamais quis pronunciar uma maldição, não agiu como um Juiz Implacável, mas como o Bom Pastor que tudo organiza, indicando amorosamente aos espíritos irreverentes, um outro caminho e direção, a fim de que, em eras futuras, possam, caso queiram, retornar à Luz Real, o Amor do Pai! 

Tal retorno seria impossível se caíssem nos Braços da Onipotência, perdendo a sua livre vontade. Seria o mesmo que destruí-los, assim como nós, apertando nosso filhinho num abraço demasiadamente forte, o matamos. Seria uma amarga experiência, mas Deus não necessita de experiências, possuindo toda Sabedoria. Como Único Pastor nos protegerá contra a Sua Onipotência, utilizada apenas para a formação das coisas materiais, nunca na criação de espíritos livres; esses são produtos unicamente do Seu Amor.

Portanto o máximo zelo do Criador é impedir todo e qualquer atrito com a Divindade e os seres criados e projetados à Sua Imagem e Semelhança. O Seu objetivo é nos conquistar, jamais dominar; a espada vence, mas não convence.

Bem, se a Divindade não julgou e jamais julgará um só espírito, quem os amaldiçoou? É fácil de se compreender tal indagação, sabendo que de um lado possuímos um espírito livre vindo D’Ele e do outro temos um corpo temporário, com suas atrações materiais; e, como intermediária, uma alminha, da qual o espírito é o gerador, modelador e pai! Esta alma é tão real para ele quanto o corpo o é para ela. Oportunamente falaremos sobre assunto tão palpitante, a conexão entre corpo, alma e espírito.

Assimilando a nossa trindade humana, damos um grande passo para penetrarmos a Trindade Divina de Pai, Filho e Espírito Santo! Está claro, irmão, que jamais seremos julgados por outrem, mas por nós mesmos?

Outra expressão elucidada por Ele: “Deus habita na Luz Inatingível!” Literalmente falando, esta frase nos sufoca e aniquila! Não haveria o risco da repetição daquele grito: “Um Deus que não se vê não é Deus”? – Logicamente que sim! Dentre tantos motivos para que o Espírito Eterno, como Único Criador e Sustentador do Infinito e de tudo que nele existe haver Se encaminhado para esta Terra, foi resolver o problema não só do grande Arcanjo, mas de todos os espíritos, e também o nosso.

Meu caro irmão, se um membro do nosso corpo nos causa um sofrimento, vamos amputá-lo remediando uma grande dor com um maior sofrimento? Não cometeríamos tamanha loucura! E como supormos que o Pai Eterno, Maravilhoso, como diz Isaías, Se compraz com a mutilação de um de Seus Membros? Como assim? Nossos membros em conjunto não formam um Homem Perfeito? Da mesma forma, Deus perfaz uma Entidade Concreta como todos os Seus seres criados, jamais lançando fora uma só Partícula do Seu Organismo! Como o Bom Pastor cura todas as suas enfermidades para que alcancem a justa finalidade: “Sede perfeitos como o vosso Pai”!

Que benefício Lhe advirá proferindo maldição sobre maldição? Esta não é a Sua Índole e Caráter!

Substituir no coração o Juiz pelo Pai, teremos Paz!

 

Saudações fraternas, 

Thalízia dos Reis