A máxima Bem-aventurança Divina não poderia ser invejada, caso fosse desfrutá-La a sós, e a Sua Eterna e Infinita Sabedoria tornar-se-Lhe-ia um peso. Imaginemos um sábio isolado nesta Terra. Qual o seu maior desejo? Comunicar-se com um ser vivo e pensante; e assim passa a procurá-lo em todos os recantos.
Encontrando-o quão grande é a sua alegria e com que amor o trataria. De que adiantaria a um cantor o som melodioso de sua harpa se ninguém o ouvisse? Um pássaro em uma densa floresta salta de galho em galho, faz vibrar o seu trinado; para quê? Atrair seu semelhante. Caso não consiga, abandona atemorizado aquela floresta.
Diante dessas concepções ser-nos-á fácil assimilar o motivo de Sua Encarnação, convictos de que não o foi apenas pelos anjos e por nós, mas também por SUA PRÓPRIA CAUSA. Como inteligência informe e eterna – embora perfeita – jamais podendo ser visto ou tocado, decide o Espírito Eterno, a Divindade Mesma, revestir-Se de um corpo de carne, o que estava determinado desde Eternidades em Seu Coração. E se não o fizesse, em vão teria projetado a Sua Criação, continuando eternamente a Sós; e nós, na orfandade!
Sua Encarnação não se daria por uma simples bagatela, e o primeiro motivo foi tornar-Se Deus Visível, Tocável por todas as criaturas e nós podermos dizer: “Pai, Santo e Querido Pai!” – O segundo motivo, libertar não só a alma pela emancipação do seu próprio espírito, como também salvar aquilo que desde sempre estava condenado: a matéria, permitindo ao seu específico espiritual atingir a sua meta, retornar à sua origem. “Eu Sou Espírito, vós sois espíritos, a matéria também terá que se espiritualizar!” Em vindo à mesma, a Cruz, símbolo de morte, tornou-se símbolo de vida. Eis porque O chamavam de “Cordeiro de Deus, que retira os pecados do mundo!” Não consta: “Eis que Eu faço tudo de novo?”
Ah, meus amigos, se a situação de antanho fosse facilmente reversível, a Divindade não teria Se submetido à máxima humilhação, mas a Sua meta final era buscar os que se afastaram por engano; e todo engano pode ser desfeito.
Para tudo é preciso uma certa maturação, e antes que a Terra fosse criada, e antes que o Sol, Lua, estrelas iluminassem dos céus “determinei que surgiria como Homem entre os homens, partindo do Seio do Pai que está em Mim e Eu N’Ele! Ele é o Meu Amor, Minha vontade, e o espírito que de Mim parte agindo de Eternidades em Eternidades é o mais Santo, Santo e Santo.”
Finalmente, coroa-se o motivo de Sua Encarnação, com esta possibilidade conferida a todas as criaturas que verdadeiramente O reconhecem como Sua Própria Causa Original: “O filho reconhece e fita o Santo e Terno Pai! E o Pai Se regozija por não estar mais SÓ, e sim, no centro iluminado de Seus Filhos!”
INDIZÍVEL ALEGRIA PARA AMBOS!
Saudações fraternas,
Thalízia dos Reis