Paulo penetrou tão profundamente nesta afirmativa que disse: “Quem resistirá ao Amor do Pai?” E quando O chamaram de Bom Mestre, Jesus esclarece: “Por que Me chamais de Bom; somente o Pai é Bom”. Assim Se expressando Ele não fazia nenhuma divisão entre o Pai e o Filho, apenas demonstra que o Amor é o Ser Básico de Deus, e Dele surgiu eternamente a Luz, ou Sabedoria, e o Infinitamente Poderoso Espírito Santo, ou Vontade. Vida e Amor são uma só coisa, no entanto, são duas: o Amor é a Base, e a Vida é o efeito! Assim também Luz e Sabedoria são uma só coisa, no entanto, são duas: a Luz é a Causa e a Sabedoria é o efeito!

Quando João afirma: “E Deus amou tanto o mundo que lhe deu o Seu Filho Unigênito”, quer dizer que o Espírito da Sabedoria a mando do Espírito do Amor, veio para, numa Obediência Incondicional, lutar para que todos os Ideais de Amor fossem realizados. Assim, o Amor cria, a Sabedoria organiza, e o Espírito Santo executa o que ambos determinaram. A Sabedoria, o Cristo Unigênito, submeteu-Se tão profundamente a ponto de dizer: “Eu nada sei, o Pai é Quem tudo sabe”, reconhecendo que no Amor existem segredos que a Própria Sabedoria desconhece! “Eu Sou o Criador de Mim Mesmo” – diz Jesus – “e dos Sete Espíritos que perfazem o Meu Ser Intrínseco: Amor, Sabedoria, Vontade, Ordem, Rigor, Paciência, Mãe da Misericórdia, o sétimo espírito, que igualmente chamaremos de Brandura”. Para realizar de maneira perfeita, “In Totum”, o Seu Eu Intrínseco, lutas inimagináveis para a mente humana foram travadas pela Divindade. Estas lutas ocorreram para que houvesse o justo equilíbrio no Amor, Sabedoria, Vontade, Ordem, Rigor, Paciência e Misericórdia. Para tanto, a Própria Divindade teve que respeitar o espírito da Ordem. Dantes, o espírito da Ordem pouco colaborava com os demais na realização dos Pensamentos e Ideias de Deus; agora, a Ordem age mais poderosamente e a consequência disto é a completa Salvação. Tanto que Jesus diz: “Que diferença entre Mim e o vosso Deus de Justiça. Se dantes Eu era o Juiz Implacável, hoje a ninguém julgo e condeno. Se dantes era tão somente o Jeovah do Sinai, hoje, como Homem entre vós, Sou o Pai que a todos diz – Vinde a Mim!” 

Fazendo um gráfico das Sete Virtudes, temos três à direita, três à esquerda e uma no centro! A Ordem é o Fiel da Balança, Mantenedora e Conservadora da Vida! Assim, é a Vida Perfeita em Deus luta constante, e toda Criação depende da Projeção eterna desta luta, que os sábios da antiguidade chamavam “Guerras de Jeovah”. Temos que ter ordem até mesmo na busca dos conhecimentos espirituais, a fim de que não percamos o equilíbrio na busca do espírito. Surge então a pergunta: “Na época de Moisés, a Divindade chorou?” Não! CHOROU EM JESUS! Por quê? Porque era Ele Uno com o Pai, e o Amor em Plenitude. Mas quando Moisés desejou ver Deus foi-lhe dito que ninguém poderia vê-LO e continuar vivo. Em Jesus muitos O viram e não perderam a Vida, pelo contrário, se apossaram da Vida Eterna.

A Divindade não chorou na época de Moisés, em contrapartida todos os infratores da Lei foram condenados e nenhum espírito libertou-se do julgamento da matéria que sobre ele pairava para sempre. E Jesus Chorou! Este texto tem apenas três palavras, mas contém em si algo tão profundo que um mundo de livros não comportaria o seu sentido real, porque trata-se da Mesma Divindade, que não mais Se ocultava, prendendo Seu Amor e Misericórdia em Seu Centro Insondável. Seu choro significa uma Piedade Infinita do Amor Eterno em Deus! Por que Jesus chorou junto à tumba de Lázaro? Apenas para devolver às irmãs enlutadas o irmão querido, dando com isto uma prova aos judeus? Tudo isto era muito insignificante, Ele já havia realizado tantos milagres! Quanto às irmãs chorosas bastava apenas Um Olhar para fazê-las felizes, e passariam a lembrar-se do irmão com júbilo. Se não foram esses os motivos, qual era a motivação? Por que Jesus chorou? Diz Ele: “Soubessem os homens o que se ocultava naquela cena, jamais duvidariam dos segredos mais profundos do Espírito Eterno de Deus e a fonte inesgotável do Seu Amor”. Ordenando Jesus que a pedra tumular fosse afastada, posta-Se à entrada da Galeria dizendo: “Pai, Tua Voz Vive e soa dentro de Mim! Digo isto não por Mim, mas para que todos creiam definitivamente que vives em Mim e Eu em Ti desde sempre!” Em seguida diz: “Lázaro venha para cá!” Manda que se retirem as amarras e o deixem caminhar! Todos assistiam a um milagre externo, mas o que se passava na Alma de Jesus, o Cristo, o Unigênito, a alma humana jamais compreenderá Sua luta! Alterou-Se Ele em Sua Alma, quer dizer, agitou-Se mais intensamente no Amor do Pai, e desatou os laços da morte, libertando o nó da condenação para que o específico espiritual da matéria pudesse atingir a bem-aventurança, dantes impossível. Só Ele poderia fazê-Lo abrindo caminho para o Renascimento do Espírito humano com o Espírito Original, Deus Mesmo. Quem for capaz de penetrar a grande profundidade que pousa nas três palavras: “E Jesus chorou”, facilmente deduzirá que Jesus não se emocionou por um simples milagre, mas porque Ele Era e É o Próprio Amor Eterno como Pai no Filho! 

Os judeus O olham com temor: “Por que atemorizais diante de Mim? Porque vos convencestes ser Eu O Senhor sobre a morte!” Lázaro ao reconhecê-LO corre para os Seus Braços; Ele o aperta contra o Peito dizendo: “Lázaro, vencestes a morte com a Minha ajuda, agora trata de fazeres isto sem Mim!” “Como Senhor?” Se a Justiça fosse o único Predicado de Deus, ninguém subsistiria, pois não há um cabelo que não fosse contaminado pelo pecado. Amor, Meiguice e Misericórdia de Deus são tão infinitos como é o Espaço Universal, por isto Ele não esquece o mais ínfimo ser por Ele criado. Ele jamais lutaria pela regeneração de um demônio se não soubesse quão grandioso é o seu amor, ora invertido. Por isto está escrito que o espírito vence! E Jesus indaga: “Que diferença entre Mim e o vosso Deus de Ira! Este vive apenas na vossa mente. Eu Sou o Próprio Pai que desceu em Forma humana, para junto de vós, para abrir-lhes as portas da Vida Plena, por vós mesmos trancadas”.

João foi o único a pressentir que havia coisas ocultas neste fato, referindo-se à Ressurreição de Lázaro, e o nosso Pai diz: “Feliz és tu por reconheceres o que somente o espírito pode revelar, decifrando o sentido espiritual em uma ocorrência externa!” Sim, ocultam-se neste fato externo segredos infinitos. E Ele nos faz a maior de todas as Revelações daquele momento: “Quando o Grande Lázaro for Ressuscitado e o Espírito de todos os espíritos ressurgir como Senhor da Vida e da Morte, o Amor do Pai será revelado diante de todos, não só desta Terra, mas a todos os seres do Espaço Infinito”. Por isto Paulo exclama: “Morte onde estão os teus grilhões, fostes vencida!” Por isto, está escrito que o espírito vence!

No Cristo toda Sabedoria Original passou para o Pai, assim Pai e Filho tornaram-Se Unos. Gerações vindouras pouco perceberão o sentido intrínseco da Ressurreição de Lázaro, mas os que buscarem a razão maior compreenderão no mais profundo do seu ser por que Jesus diz: “Só o Pai é Bom!”

David no Salmo 139 louva a Onisciência Divina: “Ainda embrião, teus olhos já me viam; em Teu Livro todos os meus dias foram prefixados antes que um só deles existisse. Quão insondáveis, ó Deus, são para mim Teus desígnios!” Agora tornam-se claras Suas Palavras ditas à Samaritana: “Antes que tu existisses Eu já te amava! Eu e Tu existimos desde eternidades com uma diferença - Eu Sou a Unidade Eterna, e vós uma partícula Minha!”

Tudo o que vemos e apalpamos encontra-se sob o Imperativo categórico. Mas Esse não é o Desejo do Amor Misericordioso Paternal! Tudo terá que se transformar em vida livre, independente, retornando a Ele. Para tanto Ele Se desfez de tudo, libertou o Seu Amor; por isto afirma: “O Pai é Pobre”, ou melhor, quis ser pobre por certo tempo! Esta pobreza é a Sua Maior Riqueza e Bem-Aventurança, pois vê que tudo volta a Ele infinitamente enriquecido, aperfeiçoado em Seu Amor. Está escrito que o espírito vence! A mente humana em verdade não pode conceber como o Onipotente, Deus, Criador, pode se apresentar a nós com tanta Meiguice, Condescendência e Fidelidade! Por quê? Por ser ela altiva e prepotente, polo oposto da mente Divina!

“Se antes Eu Era o Espírito da Graça entre vós, agora Sou O Homem de Máximo Amor!” É o que ouviremos em LOUVORES, letra e música Getúlio Targino Lima!

 

LOUVORES

 

 I 

 

Entoai, oh! Entoai

Hinos ao Senhor.

Tudo que respira

Louve Seu Amor.

 

Ele é um poderoso rei,

É Jeová, é Deus.

Mas de outra coisa sei:

Quer juntar os seus.

 

II

 

Vinde todos, preparai

Vestes de fervor.

Toda Criação

Respire Seu Amor.

 

Ele é toda Perfeição,

Santidade e Luz.

Mas Seu Meigo Coração

PROJETOU A CRUZ.

 

III

 

Céus e terra, água e ar,

Toda a Natureza

Não se canse de dizer

De Sua Beleza.

 

Ele é Deus, é Criador

De tudo que há.

E em sendo o BOM PASTOR

Nada deixará.

 

IV

 

Bela aurora louva o Pai,

Como o entardecer.

E da noite escura sai

Claro amanhecer.

 

Tudo canta uma canção

De harmonia e paz

Por tamanha Salvação

Que só Ele traz.

 

V

 

Todo som e toda luz

De valor sem par,

Nada canta nem traduz

Seu imenso amar.

 

Epopeia divinal:

Nascer e morrer

Em um corpo material

E a carne ABSOLVER.

Como se pode explicar

Tão amável Dom?

É JESUS a afirmar:

SÓ O PAI É BOM!

 

Fraternalmente,

Thalízia dos Reis