Meus caros: é compreensível que a Sua Eterna e Infinita Sabedoria tornar-se-ia um enfado para Ele caso fosse desfrutá-La a Sós. A expressão “tédio divino” soa estranho, mas Ele mesmo nos confere exemplos irrefutáveis, lógicos! “Imaginemos um homem sábio, possuindo dons sublimes, vivendo só, nesta Terra. Qual seria o seu maior desejo? Encontrar um ser pensante, vivo, procura-o por todos os recantos sem encontrá-lo! Tudo o que faz não é observado e nem mesmo criticado por alguém. O que acontecerá com este homem? Com o tempo, sua sabedoria se lhe tornará um peso, e o tédio acabará por sufocá-lo! Mas se encontra alguém, mesmo rude, simples, com que amor o tratará!” Isto prova a necessidade do próximo e o prazer de fazer-lhe o bem; a impossibilidade de relação entre as criaturas seria uma desdita. De que adiantaria ao cantor sua bela voz e o som mavioso de sua harpa caso ninguém o ouvisse? Um pássaro em uma densa floresta salta de galho em galho, com sua voz estridente busca atrair seu semelhante, caso não o encontre, emudece e atemorizado deixa aquela floresta deserta. Se os próprios animais possuem tanto amor, despertando a saudade pela espécie, o que dizermos com relação a nós, dotados de sentimentos e inteligência? A mesma relação se estende até o Ser Supremo, se bem que atingindo a Grandiosidade Infinita. Não somos a Sua Imagem e Semelhança? Não sentiria Ele tremendo tédio, muito embora rodeado de mundos maravilhosos, caso não houvesse um ser capaz de amá-Lo e reconhecê-Lo, alegrando-se com Suas Obras Maravilhosas? Por isto encaminhou-Se para Seus filhos, revelando-Se sem restrições de Sua Individualidade. Ao espírito humano não era possível tal aproximação, prevalecendo a Lei do Deus Invisível, Intocável, mas o que é impossível para o homem foi possível para Deus e, se não o fizesse, em vão teria projetado Sua Criação, pois saberíamos tão pouco D’Ele quanto o capim sabe do ceifador. Absolutamente nada! Algo desolador até mesmo para um pai terreno, que embora possuindo dez, vinte filhos – todos atraentes – mas cegos e surdos, incapazes de entrar em contato com ele! Não faria esse Pai de tudo para fazê-los ver e ouvir?

“Senhor, afirmas que na época das épocas estabeleceria uma Nova Aliança! Esta, para o que foi, é e será para sempre! Em que consiste?” Ele toma da Palavra dizendo: “Antes da Minha descida para junto de vós, eram constantes clamores por um Deus Visível; foi justamente este fator que Me atraiu para vos gerar de novo no espírito de Amor. Não consta que houve uma primeira e segunda Criação? E mais – Eis que Eu faço tudo de novo! Eis o laço da nova aliança, que poderá ser esticado ao extremo, porém, jamais rompido, porque é a Nova Aliança entre Eu e o Meu filho! Só agora conheceis a Mim, o Deus Verdadeiramente Pai, só agora recebestes a Luz Real pela qual sentes quão grande é a diferença entre Mim e o vosso antigo Deus de Sabedoria. Com esta Nova Aliança, mostrei a todos os seres do Espaço Infinito que não sou somente Jeovah, Deus Poderoso e Criador de todas as coisas, mas também Pai Único e Amoroso, que a ninguém julga, mas a todos soergue para a Vida Eterna. Para julgar, condenar, não precisaria pisar o solo terráqueo, com o mais leve pensamento destruiria todas as Obras do Universo. Se revesti-Me de Um Corpo de carne e sangue, gerado por uma jovem virgem, foi para permitir que toda a Criação de Mim se aproximasse, uma vez que perante a Lei todos têm o mesmo direito: bons e maus, justos e injustos!”

“Senhor, qual o Verdadeiro sentido da frase – Afastai-vos de Mim malditos!” Diz Ele: “Sabia que Me faríeis esta pergunta. Se analisásseis esta sentença do Evangelho, que para uns é incompatível com o Meu Amor e Sabedoria, e para os amantes da letra morta justo castigo para os maus, teríeis percebido de um relance que a Divindade jamais queria ou poderia proferir tal condenação. ‘Afastai-vos de Mim, amaldiçoados!’ Como podeis ver, a Ordem é dada aos que já estavam amaldiçoados, caso contrário a sentença seria da seguinte forma: em virtude de haverdes pecado de maneira incorrigível contra Mim, vosso Deus, condeno-vos ao fogo eterno. Como vedes, tais espíritos já estavam condenados, por isto não agi como Juiz Implacável, mas como Bom Pastor, que tudo organiza, indicando àqueles espíritos, com Rigor Abençoado, Amoroso, um outro caminho aqui, além ou alhures que lhes faculte uma re-ligação com o Amor e Sabedoria Divinos. Não se pode falar em julgamento na posse plena do livre arbítrio e Eu respeito o livre arbítrio do homem até o Infinito, assim ninguém pode ser julgado por outrem, mas por si próprio.” 

“Senhor, e com relação à Parábola do Rico e do Pobre? Por que aquele espírito não foi atendido se pedia Misericórdia, não só para si, mas para seus próprios familiares aqui na Terra para ingressarem na Ordem?” Novamente, pacientemente, Ele nos faz uma Revelação inédita. “Teria aquele espírito se dirigido à Divindade, suplicando Amor e Graça? Não Me consta! Dirigiu-se sim ao pai Abraão. Embora o espírito do patriarca seja perfeito, nesse abismo intransponível, que é a incompatibilidade da Ordem dos Meus Céus com a desordem infernal, criada pelo próprio homem, só podem agir Amor Sabedoria Divinos mais profundos!”

Caros irmãos, concluímos daí que só ao Espírito Santo de Deus cabe a atribuição de Guia, Consolador, Doutrinador e Admoestador. Os exemplos do nosso Pai são irrefutáveis! Suponhamos que, por um descuido, nossos pés se ferem, causando-nos dor imensa. Aplicaríamos alguma vingança nos mesmos, cortando-os por não merecerem fazer parte do nosso corpo? Todos os nossos membros em conjunto perfazem um indivíduo perfeito! Da mesma forma, a Divindade, com todos os Seus seres criados no Espaço Infinito, perfaz uma Entidade Concreta. Sendo o Seu Princípio que um dia haverá Um Só Rebanho e Um Pastor Único, a Divindade irá curar da melhor maneira possível todas as Suas Partículas enfermas, capacitando-as à finalidade eterna. Os sãos não necessitam de médicos! “Vim para dar-vos Vida em Abundância; esta só existe no Pai, que está em Mim e Eu N’Ele!”

“Por que tantas adversidades em um planeta como a Terra?” “Se desejares, diz o Senhor, "posso levar-vos a outros mundos, infinitamente maiores, onde existem raríssimas ou nenhuma adversidade.” “Por que justamente a Terra? Tão ínfima e a mais afastada?” “Gosto de começar pelas pequeninas coisas; no forte Sou Fraco, e no fraco, Sou Forte! E por ser a Terra a mais afastada poderá se tornar a mais próxima, por destinarem seus habitantes a se tornarem psíquica e espiritualmente semelhantes a Mim, quando o Meu Espírito penetrar suas almas. Desprendendo do seu corpo, a alma projetará tudo de si mesma, mantendo sua projeção, porque a vontade da alma está ligada à Minha Vontade. Tal fato ocorre apenas nesta Terra, que corresponde dentro do Grande Homem Cósmico Espiritual, ao Meu Coração. Se tenho apenas Um Coração, só pode haver no Universo um planeta que corresponda ao Ponto Central de Vida.” “Para explicar tais coisas ao teu intelecto, 100 anos seriam insuficientes, mas o que hoje não é amanhã será”, diz o nosso Pai. “Cedo ou tarde o homem racional chegará lá, onde ninguém poderá ajudá-lo, a não ser Eu Mesmo!”

“Julgais que isoladamente a Minha Perfeição Infinita e Eterna Me proporciona alegria? De modo algum! Alegro-Me com aquilo que alegra os Meus filhos. E quando afirmo que Deus evolui com seus filhos, diz respeito à Minha Perfeição Infinita; à medida que é almejada mais e mais pelos Meus filhinhos, recebe um valor incalculável, por isto pedi: Sede Perfeitos como Perfeito é o vosso Pai! E mais: Vós sois deuses, à medida que palmilhardes pelos Meus Caminhos.”

Louvores do Verbo Revelado: “Levantai-vos Filhos Meus”. Letra: Getúlio Targino Lima. Música: Marcus Reis Esselin Biancardini.

 

LEVANTAI-VOS FILHOS MEUS

 

Se vos chamei (sim! vos chamei)

Achei por bem esta missão vos entregar.    

Por que temeis, se tudo sei?

Se aqui estou, agora e sempre, a vos guardar?

Não faltará ocasião

De terdes provas certas do maior poder,

Porém o Amor no coração

Definirá todo o Meu Ser.

 

ESTRIBILHO

Levantai-vos, filhos Meus!

Meu comando escutai!

Eu Sou Deus

E Pai.

 

Não sou um deus entre milhões

De tantos quantos, por aí, se vê demais.

Sou o Senhor das Estações,

De todo o tempo e dos Espaços siderais.

Mas não Me apraz o só poder

Do universo imenso todo comandar.

Só busco o eterno alvorecer

Do Meu Amor em vosso lar.

 

Todo o louvor que o mundo dá

Nem toda pompa e circunstância sem valor

Jamais o foi e não será

Do Meu agrado, nem recebe Meu favor.

O que desejo é o vosso amor

Sincero e simples, despojado de paixão,

Pois como Pai Consolador

Cobrir-vos-ei com Minha Mão.

 

 

Fraternalmente, 

Thalízia dos Reis