“O Sol Natural que surge no levante seguirá o seu caminho segundo a Vontade de Deus, mas dentro de algumas horas se porá. Mas Este Sol que hoje se levanta para o mundo, jamais.” Nem mesmo José entendia o sentido espiritual de suas próprias palavras ali na gruta, e quando lhe pediram que falasse de maneira mais clara, disse ele: “o tempo se encarregará de explicar tudo dentro da Verdade, isto quando eu não mais existir.” José não foi o pai da criança, mas muito a protegeu. Representava ele o intelecto iluminado, e esse, como pai da Fé espiritual, aponta para a criatura o caminho do coração. Como morreu José? Em Seus Braços; num sorriso transfigurado diz: “sinto que a morte não existe e que viverei eternamente! Este que sustenta o meu corpo desfalecido em Seus Braços é o Meu Senhor e Meu Deus!”

Meus irmãos, muitos ainda indagam, como naquela época, sobre a Natureza Humana e a Natureza Divina do Senhor! “Então, tenho razão se considero Jesus Deus Único e Criador do Universo?” “Claro que sim! E se notares algo de humano N’Ele, não te deves aborrecer, pois tudo aquilo que é humano não o seria se não fosse Divino de Eternidade; movimentando-se o faz na forma que corresponde à Sua Dignidade – a Forma Humana!” “Fui o Primeiro Homem e tenho o direito de sê-Lo no convívio com os Meus Filhos. Não é o homem a Minha Imagem e Semelhança?” Pedro, na sua primeira Epístola, diz: “Pois sabeis que não é por bens perecíveis como a prata e o ouro que tendes sido resgatados de vossa conduta vã, mas pelo CORDEIRO ÍNTEGRO E IMACULADO, já predestinado antes da criação do mundo!”

As indagações persistem como outrora, comprovando que Ele continua sendo o Grande Desconhecido. “Senhor, como é possível que Tú e o Teu Verbo sejais uma Só Pessoa?” João testemunha D’Ele dizendo: “E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós! Veio para o que era Seu!” “Se não compreenderdes a Verdade Central, como ireis compreender todos os ensinamentos celestes? O que e Quem é o Pai? Ouví-me: O Pai é o Amor Eterno em Deus! O que e Quem é o Filho? O Filho é aquilo que emana da chama do Amor, ou seja, a Luz ou Sabedoria. Se Amor e Sabedoria são idênticos, Pai e Filho são Unos!” Por acaso existe algum de nós que não possua um certo grau de amor e um idêntico de inteligência? Somos com isto um duplo ser? Vejamos a luz de um lampião: distinguimos perfeitamente a chama da Luz sem, contudo, podermos separá-las; intrinsecamente falando são idênticas! Da mesma forma não há como separar o Pai do Filho!

Diz Ele: “Todos vós sois verdadeiramente minhas noivas!” Como é possível a união entre o mais ínfimo e o Altíssimo? Diz Ele: “Muito fácil. O por vós considerado ínfimo surgiu do Altíssimo! Eu Sou a Árvore da Vida e vós o seu fruto! Aparentemente o fruto é menor e menos consistente que a árvore, mas em seu centro existe uma semente alimentada e amadurecida pelo mesmo fruto. Esta semente, por sua vez, contém árvores da mesma espécie, capazes de gerar os mesmos frutos com sementes vitais!” 

“Senhor, e as aparições ocorridas durante o Batismo? A chama em forma de pomba sobre Tua Cabeça e a Voz que se fez ouvir – Eis Meu Filho Amado com Quem Me alegro, deveis ouvi-Lo!” Diz Ele: “Julgas que atrás das estrelas habita um Pai no Espaço Infinito que tenha feito descer tanto a chama quanto aquelas palavras? Oh cegueira humana! Se o Pai está em Mim e Eu N’Ele desde sempre, a Voz foi a Voz do Pai em Mim, e a chama representa a Minha Infinita Irradiação de Vida, ou seja, o Espírito da Minha Vontade projetada desde sempre! Este Espírito, que tudo cria, rege e ordena, tem um ponto central, uma Forma Individual, o centro do Amor, e Esse Amor Sou Eu Mesmo!”

Como admitirmos a Criação total Obra do acaso? Certa feita indagaram-Lhe: “Senhor, como crias?” Diz Ele: “Como vós construís vossas casas, pontes, máquinas e tudo mais! Logicamente, a Criação de um planeta como o vosso e outros mundos exige mais tempo do que necessitais para realizardes vossas obras, porque tendes a matéria pronta. Eu tenho que criá-la e extraí-la da Imutável Consistência da Minha Vontade. Se Eu fosse criar tudo momentaneamente, qual seria o seu aspecto e consistência? Nulos! Tudo tem que ser devidamente alimentado até a sua completa nutrição pelo Meu Amor e Sabedoria!”

“E quanto ao Juízo Final, Senhor?” “Não vos apoquenteis! Sobre essa pedra milhares de criaturas tropeçarão no futuro e muito se profetizará e escreverá para o povo ignorante a respeito!” E o nosso Pai prossegue lançando Luz sobre o tão temido Dia do Juízo Final: “Eu desconheço uma noite eterna da alma, pois quando ela for convidada por Mim a deixar esse corpo, vendo-se livre da matéria, como alma perfeita, completa, unida ao seu espírito, essa alma já se encontra em plena Ressurreição e Vida Perfeita. De posse de todos os seus sentidos caminhará livremente, regozijando-se com o mundo por ela mesma projetado! Deixando o corpo como alma incompleta, desprovida de sua centelha divina, surgirá para esta alma, uma longa noite fria e sem vida, quer dizer, desprovida de vontade sábia e amorosa! Em que base se apoiará?”

“Senhor, qual é o sentido da Parábola do Rico e do Pobre? Por que aquele, embora implorasse perdão, não é atendido? Foi-lhe mostrado um abismo intransponível entre ambos, excluindo-o de toda Misericórdia!” “Meu caro, sabia que me farias tal pergunta! Quem atirou aquele homem no abismo de suas razões próprias? Por acaso Deus? Não! E a quem se dirigiu aquele homem? A Mim? Não me consta, e sim ao pai Abrahão! Muito embora possuindo o Patriarca um espírito perfeito, como compará-lo com o Espírito de Deus? Nesse abismo intransponível (incompatibilidade da Ordem com a desordem psíquica), só Deus Mesmo pode estender a Mão, porque aí agem Sabedoria e Amor Divinos mais profundos!” “Querido Pai, como és Bom para com aqueles que somente em Ti confiam!” Amém! Amém!

Meus caros, dantes eram clamores, súplicas do espírito humano, clamando por um Salvador, um Redentor, um Deus Visível, um Pai Eterno. Hoje, são Louvores do Verbo Desvendado, são aplausos, gratidão eterna à Grande Epopéia do Espírito Santo de Deus! Hoje, podemos ouvir e nos alegrar com os “Milagres do Amor” – letra e música do nosso irmão Dr. Getúlio Targino Lima.

 

Milagres do Amor 

Oh! Como foi                                    Oh! Como foi 
que meu Jesus                                  que o Infinito
por mim sofreu,                                 desceu a nós,
na rude cruz?                                    Desfez o mito?
Oh! Por que foi                                 Oh! Por que foi
que a dor cruel                                 que o Seu Poder
fê-Lo provar                                      a Terra veio
o amargo fel?                                    pra obedecer?

A Onipotência                                    Foi pela força
de Sua Luz                                         do perdão
mostra a Justiça                                que nos chamou
a que conduz,                                    deu-nos a mão.
mas Seu Amor                                    NENHUM PODER
foi o favor                                          PODE VENCER
a nos remir:                                       O AMOR DE PAI
Graça e porvir.                                  QUE DELE SAI.

Oh! Como foi 
que o Senhor Deus 
desceu do trono 
dos altos céus? 
Oh! Por que foi 
que veio a nós 
o próprio Deus, 
tremenda voz, 
que no Sinai 
tudo ordenou 
e a Lei Maior 
codificou? 
É que a altivez 
veio, de vez, 
fazer curvar 
ante outro Altar.

 

Observação: no nosso site (www.neoteosofia.org.br) o irmão poderá ouvir a música “Milagres do Amor”.

 

Fraternalmente,

Thalízia dos Reis