Em Betânia, em casa de Lázaro, os Discípulos estavam cientes de que, após os 40 dias, Jesus os deixaria, tanto que Pedro diz: “Irmãos, um pouco mais, Jesus deixará de ser o Filho para, já como Pai, sempre aproximar-Se de nós.” Ele os preparava constantemente afirmando que a Sua Missão terminaria, “e a vossa prosseguirá não só para este mundo mas para todo o Universo! Sereis um ‘RECURSO’ para Mim junto às almas semi-mortas, incompletas.” Em todo o Infinito prevalece o Seu  cuidado em não permitir que de tais almas se aproximem espíritos portadores de fogo vital, como Rafael, Pedro, João e outros; para tais almas vale o que fora dito a Moisés: – “Não podeis ver Deus e continuar com vida.” Quanto mais potente um espírito, tanto mais forte, tornando-se impossível a sobrevivência de uma alma semi-morta, a não ser a longa distância. O que vem a ser um mosquito junto a um elefante; o delicado musgo perto do centenário cedro do Líbano? Esta Terra frente ao Sol? Nosso peso nas costas de um paquiderme não o perturba, mas se pisamos uma formiga, a aniquilaremos. Se tais exemplos são visíveis em a Natureza, tornam-se muito mais evidentes no reino dos espíritos. É o princípio vital das atrações, mosca se alimenta de mosca, e “aos infantes dai leite até que se tornem aptos a receberem alimentação dos adultos”, diz Paulo. Por isto Ele Se vale de nós como um recurso na doutrinação das almas. Eis o significado da expressão: “Podeis fazer tudo e ainda mais.” 

“Betânia foi consagrada para os Céus”, diz o Transfigurado, “e Lázaro será um refúgio para os Meus seguidores necessitados, e todos os que se encontrarem à espera de libertação serão entregues a vós.” Antes de Se afastar, Jesus dirige-Se a cada um em particular; assim fala a Maria Madalena: – “Enquanto o teu desejo de Me ver for maior do que a vontade de Mim se apossar, estarás inquieta”; “não queirais cingir-Me com os vossos braços, fazei-o com o coração” – Em seguida, Jesus desaparece. – Lázaro, comovido até às lágrimas, agradece a todos pela presença, onde puderam rever o Amado Senhor e Mestre. Era o início de um novo amanhecer, não só para esta Terra, mas para todo o Infinito. Ele retorna para a Sua Essência Original, o Amor, o Pai Eterno, uma vez que a Sabedoria, o Cristo, devido às Suas Exigências, impossibilitou ao espírito humano qualquer aproximação. Mas o que é impossível para o homem foié e sempre será possível para Deus. Veio até nós para que D’Ele se aproximasse toda a Criação. 

Ainda sob forte emoção, Lázaro diz: “Ó Terra, mal te refizeste de um susto quando o Teu Criador expirou na Cruz, sentes no teu organismo um novo estremecer aliviando tua dor: ‘o túmulo vazio’. Teu Creador Ressuscitou e Ascendeu aos Céus; fez de ti palco de Suas Misericórdias Infinitas. Em teu solo fez tudo de novo, abrindo para a alma o caminho para sua pátria, seu pouso eterno, o espírito não mais impossibilitado de vê-Lo, tocá-Lo! Ó Terra, esta semente subsistirá até que tudo, ora algemado, seja liberto, para tanto, todos os espíritos justos e perfeitos desejam cooperar conosco, na divulgação do Seu Verbo Revelado; todos estão juntos ao Monte da Luz. Ó Terra, serás testemunha de um outro milagre: Lúcifer, o Grande Arcanjo, teu prisioneiro, abrirá pessoalmente as portas de sua prisão, curvando-se diante do Amor Misericordioso manifesto no Gólgota. No final, irás presenciar um outro milagre! Será o brilho da Ceia Matrimonial; qual filho pródigo, o Grande Arcanjo caminhará seguro em Suas Mãos, e Ele sentirá que nada foi em vão!

Ó Terra, és agraciada por teres ciência de tudo isto; honra jamais conferida a outro corpo cósmico; és a única. No início, fostes a mais afastada e ínfima, mas irás tornar-te a mais próxima e elevada.” Lázaro, retornando à visão normal, diz: “Irmãos, tudo isto vi em espírito e jamais fui logrado, enganado, isto me diz o Senhor!

O caro irmão poderá indagar: – “Não é isto fruto de imaginações férteis, não são utopias? Ocorre que Ele Mesmo disse que uma nova oportunidade seria dada a Lúcifer, desfazendo-se do seu engano. No Apocalipse, simbolicamente, encontramos a sua rendição. Uma mulher revestida do Sol com a Lua debaixo dos seus pés, esmaga a cabeça de uma serpente. Moisés representou todo mal por uma serpente. Esta mulher é o Espírito da Doutrina do Cristo, a Sabedoria que tudo penetra pela sua pureza; é ela um eflúvio do Todo Poderoso; reflexo da Luz Eterna, imutável e tudo renova! É a Sabedoria mais bela do que o Sol, supera todas as constelações e se estende de uma extremidade a outra; tudo governa, tudo rege. Da Sabedoria surgiu a Ordem Excelsa, o 4o Espírito em Deus; é Ela Mantenedora e Conservadora da Vida. Pois bem, a Esta Sabedoria, o Grande Arcanjo submete toda a sua erudição, toda sua altivez, numa demonstração de que não é mais irreverente à Ordem Eterna! Está escrito, caro irmão, que o espírito vence!

Bem, devemos ao leitor uma revelação: “Como viveu Maria Madalena após a Sua Ascensão?” Temos que retornar ao Gólgota! Roma ordena ao seu comandante que comande a Crucificação. Durante o trajeto, Jesus o fita e aquele comandante reconhece Quem Ele é! No fiel cumprimento do seu dever, O acompanha! Concluída sua tarefa, ansioso procura Seus amigos, vai a Betânia ao encontro de Lázaro e conta-lhe o ocorrido. Mas sua intenção real era Maria Madalena, a quem pede para desposar. “Necessito de ti, Maria, como auxiliar, companheira e conselheira nesta minha nova vida. Sou um estrangeiro mas prometo-lhe corresponder ao Zelo que o nosso Senhor teve para contigo ao fazê-la digna do Seu Louvor!” Comovida, Maria e o Comandante oram, depositando suas vidas em Suas Mãos. Amém! Amém!

 

Fraternalmente,
Thalízia dos Reis