“O Senhor criou-me como primícia de sua ação! Nasci quando não existiam os mananciais, não existiam fontes de abundantes águas. Antes que fossem estabelecidos os montes! Ele ainda não fizera a Terra, os campos e nem os primeiros torrões do orbe. Quando colocavam os Céus ali estava Eu! Quando traçava o horizonte sobre o Oceano Eu estava a Seu lado como “Mestre de Obra” entusiasmando-me dia a dia”.
Hino da Sabedoria! Muitos indagam por que o Assunto da Semana? Mais justo indagarmos “para que”, assim teremos inúmeras razões para fazê-lo. A primeira, demonstrar a perfeita conexão entre as Obras da Nova Revelação e as Escrituras. Atentamo-nos muito para a recomendação que não se faça emissões nem omissões sobre as profecias do Apocalipse. Creiam que a Nova Revelação e as Escrituras têm o mesmo fundamento divino, e ao lado da Bíblia o mundo jamais conhecera e conhecerá Obra semelhante. O horizonte espiritual do homem ampliou-se, fazendo-os famintos do Pão da Vida, daí, deu-nos o Pai o Seu Verbo Revelado. Gostamos de fazer um desafio: – leia, investigue, o coração dirá se se trata de Obra humana ou Divina, se palavras humanas, ou de Vida Eterna.
Graças às conquistas científicas a Mensagem de Deus para a Humanidade, transmitida a Jacob Lorber, tem sido confirmada de maneira espantosa e fascinante: “Dou-vos agora a Minha Luz Completa, zelei sempre pelo que é Meu, assim ninguém poderá se desculpar erroneamente do Meu Zelo pelo que é Meu, e a Minha Doutrina de Vida facilmente concordará com uma ciência purificada.” João diz: “E Deus amou tanto o mundo que lhe deu o Seu Filho Unigênito.” – Este versículo já sofreu inúmeras interpretações, e muitos se aproveitam para rejeitar a Verdade Única de que o Emissor e o Enviado são Uma só Pessoa! “Sou o envoltório de nós Ambos”, diz Jesus. Lorber diz: “O Espírito da Sabedoria, a mando do Espírito do Amor, veio para que os ideais mais sublimes do Amor, o Pai, fossem realizados.” O Amor cria, a Sabedoria organiza; eis o “Mestre de Obra” por Ele mencionado no Seu Hino de Louvor ao elemento básico da Divindade, o Amor, “do Qual um dia parti como Homem, onde sempre existia como a Luz submersa no calor do Amor. Fui dado a Luz, divertindo-Me, entusiasmando-Me.” Não é a Glória do Pai a Mesma Glória do Filho? Chegará à hora em que os verdadeiros amantes do Meu Verbo Me dirão: “Senhor, torna-se difícil ser-se humano, a Doutrina Pura é rejeitada, o falso profetismo se alastra, as religiões materializaram-se pelo lucro fácil. Por muito menos, Sodoma, Gomorra e a Grande Metrópole de Hanoch foram destruídos. Não é chegada a hora de tomares da espada?” Ele afirma antever tudo isto, julgando até mesmo ser impossível evitá-lo, mas só o Pai na Sua Misericórdia estabelecerá a época! “Mas Tu deves saber; não és o Próprio Pai?” “É bem Verdade estar o Pai em Mim, em Plenitude, mas como Homem externo Fui e Sou sempre o Filho, e como Alma Original mais Pura e Perfeita sei apenas o que Ele queira Me revelar. Não consta que o Pai sabe muita coisa que o Filho ignora?” – “Isto nos deixa confusos, Senhor, e futuramente as criaturas tropeçarão nessa pedra, escandalizando-se Contigo.” “Dar-vos-ei um exemplo: Vejamos o nosso Sol; a sua constituição interna só ele a conhece. A Luz que dele emana, embora a tudo vivifique, não nos fornece em parte alguma um quadro que nos leva a conhecer o mais recôndito do Astro-Rei. E onde se encontram todas as possibilidades para as constantes projeções de Luz? Na Sua chama central, é claro. Pois bem, devemos entender por Pai a Chama Central do Sol; é nesta Chama Central, emanada do Coração do Pai, que se encontram todas as possibilidades de Amor, Sabedoria, Vontade, Ordem, Rigor, Paciência e Humildade. Então, não vos escandalizeis que só o Pai é Bom.” – Sempre que o Cristo clama pelo Pai no Céu, era a Sabedoria suplicando ao Amor que colocasse ordem em suas expansões puramente intelectivas, próprias. “Mas Deus possui Alma?” Citaremos apenas Amós: “Jeovah jurou pela Sua Própria Alma” (6-8).
Sempre com o intuito de confundi-Lo, os escribas Lhe faziam incansáveis perguntas! Ele, finalmente após haver respondido a todas, provando não ser uma presa fácil, diz: “Agora, far-lhes-ei uma única, se não responderdes não mais falaremos: o que pensais do Cristo?” – “Como consta, é Filho de David?” “Estranho”, diz Jesus “Se David em espírito chamou-O de Senhor: O Senhor falou ao Meu Senhor! Se David O chama de Senhor, como pode ser Seu filho? O que Me dizeis?” – “Quem entende a expressão: O Senhor falara ao Senhor? Dá-nos explicação, acreditaremos.” Diz Jesus: “É claro serem os Dois Senhores Um Só! Acaso não podemos dizer: o espírito no coração da nossa Alma falou ao seu entendimento? Quando o espírito a penetra, tornando-se uno com ela, ele, o espírito em si, é mais nobre e perfeito que a alma substancial. Assim, David afirma haver penetrado no Amor Misericordioso de Deus, Sua Sabedoria Total dizendo-Lhe: Oh Sabedoria (a Luz, o Cristo, o Unigênito) unifica-te com a Tua Base Original, o Amor, assim, estarás à Tua Direita e tudo terá que se curvar diante do Poder, da Vida do Amor, em Sua Luz, ou seja, em Ti!” Não consta que diante do Nome de Jesus, todos terão que se curvar, no Céu, na Terra e debaixo da Terra? – Moisés fala no Gênesis: “Façamos o homem à nossa Imagem e Semelhança”. Concentremos os nossos pensamentos, que se manifestarão como seres livres, podendo ver e sentir a nós, como nós os vemos e sentimos. Novamente, temos aí o Espírito, a Divindade Mesma, falando ao entendimento de SUA ALMA.
Já no Livro da Sabedoria lemos: “A Sabedoria como esposa Ideal” – “Iniciada na própria Ciência de Deus é ela quem fixa a escolha de Suas Obras” (8-4). Lorber diz: “Se a Minha Sabedoria não cooperasse, Eu não poderia realizar Obras do mais Puro Amor e Misericórdia! A Sabedoria é o Servo e o Executor da Minha Vontade Onipotente”, diz Jesus. E mais adiante Ele diz: “Quem Me ama como uma noiva dedicada ama o Seu Noivo, caminharemos de Braços Dados”. Meus caros, a alma, por mais sábia, pura, não tem condições de assimilar as coisas mais profundas dos Seus Céus; ela tudo vê, sente, analisa pelos sentidos externos, tudo se torna lento e cansativo. O mesmo não ocorre com o espírito, que uma vez despertado, libertado e nutrido pelas lutas e esforços da alma, “torna-se semelhante a Mim, de relance poderá abarcar um Sol Central, quiçá um Globo Solar”.
Vejamos os núbios, almas perfeitas, possuíam o poder sobre a natureza, não se entregando à volúpia da carne. “Mas só podiam reconhecer a Minha Alma, o Meu Espírito dentro dela não”; faltava-lhes a percepção. Só o espírito vê, sente e percebe O Espírito, “reconhecendo a Mim, como o Seu Criador e Origem Primária.” Jesus na Sua Oração (João, 17) sintetiza o Seu “Hino da Sabedoria”: – “Pai, Minha hora é chegada, Eu Te glorifiquei e cumpri a Obra que me entregaste! Transferi para Ti toda Honra e Glória, submetendo-Me ao total obscurecimento. Agora, glorifica a Mim, Teu Filho, com a Mesma Glória que juntos tivemos quando não existia mundo”. É compreensível que a um renascido os dons do Espírito não lhes são totalmente livres, “porque Eu Mesmo”, diz Jesus, “não utilizava o Meu Poder para simples distração, numa Fé desafiadora. Eu Fui e Sou a Sua Alma Original, Ele o Espírito como Pai de Eternidades”. Como Alma Original, Luz ou Sabedoria possuía Conhecimentos e Capacidades Individuais, sabia que podia afastar o último cálice amargo, mas não era esta a Vontade D’Aquele que estava dentro de Mim, por isto Minha Alma fez o que Ele quis! Só assim Consumou-Se a Obra: O Amor de Deus, transformado em Amor de Pai. Uma Nova Ordem em todo o Universo, uma Nova Criação, inclusive Ele Se transforma: de Invisível torna-Se Visível. De Impessoal, Personalidade no Homem Jesus! O Espírito manifesta-Se claramente no Batismo: “Eis Meu Filho Amado, com Quem Me Comprazo” – Ele só poderia Se comprazer com Quem Lhe era perfeitamente idêntico. Evidencia-Se que Jesus era o Amor do Amor!
De que adianta compreendermos Einstein, Newton, Copérnico, mergulharmos no pensamento racional através dos filósofos, se não entendermos Ezequiel, Jeremias, Moisés, David, Salomão, finalmente o Homem de Nazareth? – Hoje, a alma possui o pouso eterno, o espírito, e este reconquista o privilégio de ser novamente o portador da Luz! Resta-nos apenas dizer: “Pai, aqui está um faminto, sacia-o!” Amém! Eis a Grande Epopéia do Espírito Santo de Deus.
Fraternalmente,
Thalízia dos Reis