Desejando livrar-Se das controvérsias com relação à Sua Pessoa Física, Jesus deixa a Judéia ultramontana, buscando a Galiléia mais liberal. Atravessa a Samaria alcançando Sichar; era ali o Poço de Jacob. Era verão, o dia muito quente, todos se sentem cansados, “e Eu também; mas prefiro sentar-Me à beira do referido Poço”, pois sabia previamente que falaria com um samaritano, de índole teimosa mas livre de hipocrisias, como os demais samaritanos, que desligaram-se do Templo por não suportarem suas desordens.
Eis que surge Irhael; suas vestes mal cobriam o seu corpo! Ele pede-lhe de beber! Vendo pelas vestes tratar-Se de um Judeu, ela mostra-se surpresa, decidida a não servir-Lhe! “Ah, se soubesses Quem é Este que te pede de beber, dar-Lhe-ias todo o teu cântaro, pois quem bebe da tua água volta a ter sede. Mas os que beberem da Minha Água, do seu íntimo jorrará fonte de água viva, como consta nos ditos proféticos.”
Logicamente, ela quer saber acerca da água viva, e Jesus fala da Humildade de um coração amoroso e sincero, como Fonte para a Vida Eterna. Como não poderia deixar de ocorrer, a Samaritana indaga: – “És Tu um profeta?” – “Não o Sou, porque no Meu Peito habita o Espírito D’Aquele que falara a todos os profetas, e ainda falará aos que possuírem olhos para ver e ouvidos para ouvir.” Não está escrito que “quem quiser falar Comigo, Eu lhe darei a resposta em seu coração?”
Sentindo que Suas Palavras refletiam Verdades jamais pronunciadas, ela questiona como ofertar-Lhe o seu coração impuro, a Ele, o Puro? “Não é preciso que o faças, pois dele já Me apossei; quando o coração é mais ou menos puro, ainda há condição.” – “Desde quando me conheces? Onde e quando me vistes?” – “Desde o teu nascimento e mesmo antes de tua concepção, pois antes que tu existisses Eu já te amava.” Assim Ele deixa bem claro a Eternidade do Seu Ser como o fez junto aos judeus ao afirmar: “Antes que Abraão existisse Eu Sou” – São expressões muito pouco, ou mesmo nunca, citadas, por não serem fáceis de serem interpretadas de acordo com os interesses humanos, desviando as almas do Plano traçado em definitivo por Deus para a sua libertação. O Reconhecimento da Divindade de Jesus é condição básica para amar a Deus acima de tudo. “Mulher, antes que tu existisses Eu já te amava” – Como compreendermos tal afirmativa? – Partindo do princípio básico de que somos o Seu Pensamento fixado, nossa existência é uma partícula da Divindade, uma vida divina, uma vez que em Deus, por Deus e através de Deus só pode surgir Deus Mesmo! Então, justifica-se plenamente o que Ele disse: “Vós sois deuses, à medida que palmilhardes pelos Meus Caminhos!” Em Deus não se encontram partículas temporárias ou em formação; Suas Obras não estão sujeitas ao aperfeiçoamento, e sim, à maturação. Vejamos as sementes, trazem dentro de si a Imagem do futuro vegetal. “Eu Sou a Árvore”, diz Jesus, “vós, os frutos! Aparentemente são menores do que a Árvore, mas cada um traz dentro de si uma semente, capaz de gerar árvores semelhantes e frutos da mesma espécie.” – Assim, desde sempre fomos uma manifestação dentro D’Ele, porém, algemada pela Sua Onipotência! Houve, porém, um momento qualquer na Eternidade em que a Máxima Potência de Deus decide libertar as nossas partículas, dando-se o Grande Momento Criador, e o início da nossa existência livre, independente, fora D’Ele, muito embora dentro D’Ele! O Grande e Único Libertador é o Amor do Pai, que Se manifesta dizendo: – “Eu e vós existimos desde sempre, com uma diferença: “EU SOU A UNIDADE ETERNA, e vós, partículas Minhas, Meus Pensamentos, Minha Vida!” “Eu Sou o Homem de todos os homens”, e nós espíritos, Seus reflexos vivos.
Caros irmãos, não nos escandalizemos com Suas Revelações contidas nas Obras da Nova Revelação, sendo O Grande Evangelho de João, a coroação de todas as demais. João representa o Amor de Jesus para com Seus filhos, daí o testemunho do Próprio Pai: “João não morrerá jamais”; é ele uma Palavra Viva de Jeovah em seu coração. Tais Revelações foram prometidas para os momentos mais difíceis da Humanidade. Estamos diante da Face D’Aquele que foi, é e será! Muitos O imaginam tão distante como fogo e julgamento! Como Deus Poderoso, Forte, Juiz Inclemente! “Quão poucos Me gravam em seus corações como Pai Bondoso, que jamais virá para julgar, mas soerguer a todos.” Caso pretendesse efetuar julgamentos, maldição, não necessitaria pisar o solo terráqueo. O mais leve Pensamento bastaria para destruir todo o Universo. “Vim Pessoalmente, para que toda a Criação pudesse de Mim se aproximar, tornando-Me assim “Pai de fato e de direito”, e Sublime Irmão!” Os que louvam o Seu Poder, Força, “louvam-Me à distância, e os que louvam o Pai no Meu Coração encontram-se dentro de Mim e ao Meu Lado!”
Finalmente, Jesus indaga à Samaritana: “Não sabes nada do Messias que devia vir?” – “Eu sei que vem o Messias que Se chama Cristo! Quando virá? Tu o sabes? Tu O conheces?” – “SOU EU! Eu que falo contigo!” Amém! Amém!
Fraternalmente,
Thalízia dos Reis