Vendo que Jesus Se encaminhava para ele, João Batista diz: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele é a Causa de todo Ser e Vida!”
Meus caros, Pedro era um homem de Fé externa, lutando para a conquista do homem interior; isto o levava a constantes questionamentos: “Senhor, diz por que Tu afirmas seres o Filho do Homem, em outras ocasiões o Filho de Deus e até mesmo Jeovah em Pessoa?” Diz Ele: “Nem Jeovah em Mim muito menos Eu, como Filho Eterno, seremos martirizados em Jerusalém. Apenas o Meu Corpo, como Filho do Homem, mas no terceiro dia, a Divindade retorna e chama o Meu Corpo, dissolvendo-O, conferindo à Alma uma veste nova. Os guardas presenciaram esta ocorrência como chamas de fogo, fugindo amedrontados para anunciarem que Eu Ressuscitara. Madalena foi a primeira a ver-Me; desejando tocar-Me fui obrigado a proferir: “Não Me toques!” O seu Amor ainda se encontrava preso à Minha Pessoa Física, não suportaria o Meu Ser transformado em Potência puramente Espiritual. Ele sempre advertia que a Sua Presença Física era apenas o Ponto Central da Sua Natureza Intrínseca.
Mas por que fora preciso que o Todo Poderoso fosse martirizado? Para nos conferir a Vida Eterna, respondem. Mas não bastariam a Sua Doutrina Pura, e Suas Ações Milagrosas? Pedro novamente volta a quesioná-LO! A lógica humana não encontrava uma razão justificável, “e como Teu mais fiel Discípulo ouso afirmar que o Teu Sofrimento será uma pedra de escândalo, e a Fé esfriará. E as gerações vindouras, como acalmá-las?” Eis um assunto importante, que o homem natural não o assimilará, só o espírito poderá penetrar os labirintos escuros da alma, conferindo-lhe noções da Vida Eterna!
Teria sido Sua Missão realmente Divina? Dizia-se que o Cordeiro de Deus retiraria todo o pecado do mundo; após a Sua Passagem os homens aí estão, guerreando, odiando-se.
Vamos analisar a Sua Missão como o Cordeiro Divino! Quem conhece o Trono da Justiça Divina? Esse Trono é o Cristo, o Unigênito, a Luz ou Sabedoria em Deus! Falando mais propriamente, a ALMA de Jeovah. Certa feita, uma jovem vê os Céus abertos e um Trono Vazio, e visivelmente emocionada ela afirma que Aquele que Se assentava no Mesmo, encontrava-Se como Homem nesta Terra. Era uma alegoria; o Trono representava a Glória da Sabedoria Julgadora, que foi substituído pelo Trono da Misericórdia. – Até então, a condição do espírito se assemelhava a um “germe” soterrado pelo Himalaia; como remover todo aquele peso, toda aquela matéria que o sufocava? Vejamos o clamor do espírito: “Senhor, se estou morto, como lembrar-me de Ti? Se encontro-me no sepulcro, como glorificar-Te?” –
Só Ele, como Único Portador de todo Ser e Vida, tinha condições de remover todo aquele conglomerado de amor próprio, egoísmo, orgulho e domínio, as quatro tendências luciféricas que deram origem à matéria. Remover esse julgamento, afrouxar os laços materiais, só Deus Mesmo, libertando a Sua Vontade Fixada. Assim a Sabedoria, a mando do Espírito do Amor, veio para afastar o julgamento férreo, existente na matéria. Ela, até então símbolo da morte, transforma-se em símbolo de vida, a Cruz que até então estava inclinada, Ele a coloca de pé! Para realizar esta Grande Epopéia, o Seu Corpo teve que ser traspassado, sua carne dilacerada, e através de sua condenação e Morte, penetra no antigo julgamento e morte, permitindo o amadurecimento das coisas materiais, facilitando-nos a passagem da morte eterna à vida livre do espírito.
Quando Moisés ofertava sacrifícios, tudo não passava de uma Pré-figuração do que ocorreria com o Cordeiro Divino. Retirar o pecado do mundo representa a espiritualização da matéria. “Eu Sou Espírito, vós o sois, a matéria também terá que se espiritualizar.” Foi esse o motivo especial da Sua Vinda. Não só emancipar o espírito, mas salvar também a matéria. Para tanto, a Sua Matéria tinha que ser dissolvida e o Espírito de Deus, Uno com Sua Alma, despertou e vivificou toda a matéria, fazendo-a ressurgir como vencedora do julgamento inicial! Ele Mesmo testemunha de Si como Cordeiro de Deus que retira todo o pecado do mundo: “Quem quiser vir após Mim, toma a sua cruz (carne) e segue-Me!”
No final, diz: “Está tudo Consumado”. O amor de Deus transformado em Amor de Pai e o Trono da Justiça, em Trono de Misericórdia! _
Eis o prólogo, como será o epílogo? Indagamos como Paulo: “Morte, onde estão os teus grilhões?” E, como João Batista, dizer: “Eis o Supremo Homem Deus, tão despretensioso e humilde como um Cordeiro!”
Feliz Páscoa.
Fraternalmente,
Thalízia Reis