“Quem não renascer de novo não verá o Reino do Céu”
Vê-se que Jesus dá ao fator Renascimento maior importância do que a reencarnação ou vidas sucessivas, inibidoras de qualquer esforço evolutivo. O Renascimento é totalmente desconhecido em meio ao espiritualismo atual, por desconhecerem esse terceiro elemento, que é o espírito que tudo rege e ordena no homem em formação. Antes da Sua Encarnação, havia um Céu e uma Terra antigos, mas quando o Senhor aceitou a carne, surge a segunda criação, com o término da Lei do Deus Invisível, e o espírito humano poderá reconquistar o privilégio de ser novamente o portador da Luz, pouso eterno da alma. “Vim construir-vos moradas eternas”, diz Jesus!
Alma e espírito não são uma só coisa? A alma como produto espiritual da matéria encontrava-se à espera de libertação; o espírito dado por Deus nunca esteve sob julgamento. Como um embrião dentro do ventre materno está sim, à espera de emancipação, a fim de unir-se à sua alma, tornando-a puramente espiritual. O Verbo aí está como um socorro externo para a alma para que ela possa emancipá-lo através de suas lutas e esforços. A evolução se faz parte pelo esforço da alma, parte pelo esforço do espírito, dando-se o Renascimento Espiritual. “Enquanto Eu, o Senhor, insuflar-vos constantemente a compreensão, sois apenas Meus servos, cuja felicidade é periclitante.”_
A VOZ INTERNA não é um fenômeno mediúnico. Lorber não experimentou nenhum estado de êxtase, e nenhuma entidade espiritual impulsionava o seu braço para que escrevesse. A Semente da Revelação Divina brotava no centro da percepção humana e, inteiramente consciente, Lorber ouvia a VOZ! Antes de expressar-se na linguagem humana era filtrada pela esfera mental do mediador. Assim, como compará-LA com as manifestações psíquicas que ocorrem nos centros espíritas? O Impulso Divino é transmitido dentro da maneira particular de cada um se expressar, e a linguagem de Lorber era simples, direta, sua mente mansa e humilde como o Emissor! Por isto as Revelações de Lorber fascinam, e nos levam a meditar acerca dos segredos inéditos da Natureza de Deus, de Sua Criação e pontos até então indecifráveis do Velho Testamento. Os que O rodeavam sentiam-se intrigados por Ele falar tão pouco com os Discípulos. “Pelo contrário, falamos constantemente; o que desejam saber transmito-lhes no coração; se as circunstâncias exigem dirijo-Me a eles pessoalmente. Prevalecerá para todos o que consta: “Quem quiser falar Comigo, dar-lhe-ei a resposta em seu coração.”
Meus caros, a alma necessita de um tempo bastante longo para expelir do seu estômago místicas milenares, e reorganizar-se novamente dentro da Ordem Divina.
Vejamos o seguinte: Lemos em Moisés: _“Deus modelou o primeiro homem de barro soprando-lhe uma alma viva em suas narinas”_ O que deduziram daí? Que o corpo de cada criatura, como morada da alma, deva existir primeiro! Que paradoxo! Será possível que uma cabana por nós construída, venha produzir o seu morador? Se Deus soprou uma alma viva no corpo modelado de Adam esta alma já existia em Deus, que sendo Eterno não contém, em Si, algo temporário ou em formação. Conheçamos o Seu Plano Criador: _“Quando a época tornou-se propícia, e o solo terreno apto a gerar e alimentar a delicada natureza humana com o surgimento de Adam, chamei do éter uma entidade perfeita, ordenando-lhe que criasse do barro fertilizante (das partes mais grosseiras de sua alma) um corpo de acordo com a Imagem nela contida.” Esta alma mais perfeita e completa em três dias, apresenta-se na forma D'Aquele que é a Causa de todas as formas, o Homem Original, Deus Mesmo, do qual somos Seus reflexos vivos ou como queiram, Sua Imagem e Semelhança! Amém! Amém!
Já é de posse da ciência, que a matéria como se apresenta não existe; atrás de cada matéria está o espírito inteligente, e que o elemento de toda matéria é a Sua Vontade fixada estabelecendo uma Ordem Eterna e Imutável, esta Ordem é o Próprio Espírito Santo._ “Jamais Me negarei unir a Minha Doutrina, à Ciência Pura! Purezas não se conspurcam.”
Finalmente, irmãos, a VOZ INTERNA é o destino de todos, o prêmio dos esforçados, que compreenderam que “sem Mim, nada poderão fazer e falar em Verdade”!
Pedro apresenta-Lhe Filipe: “Senhor, eis um homem sofredor, simples, honesto, que tal se lhe permitires que nos acompanhe?” — “Filipe, segue-Me!” Sem se fazer de rogado, Filipe O acompanha, e quando Pedro lhe recorda que estavam seguindo o Mestre, ele diz com firmeza: “Isto senti no meu coração quando me chamou.”
Fraternalmente,
Thalizia Reis