Após terminar a construção do Templo, Salomão pôs-se diante do Altar do Senhor e orou: – “Sei que Céus e Terra não podem Te comportar porque És Infinito, muito menos esta casa que eu tenho edificado! Mesmo assim a construí para aqui ouvires as nossas súplicas e ao mesmo tempo Louvar-Te!”
Mas habitará Ele em templos construídos pelas mãos dos homens? Se Ele Mesmo afirma que na Terra só existe uma Igreja verdadeira que se chama o Amor para Comigo, manifesto no coração do Meu filho. Em verdade, o Senhor assim o disse, mas ao mesmo tempo afirma que o Amor, que foi, é e será o Seu Pai Eterno, também nos dizeres de Isaías, tudo suporta. Sua Onipotência tudo rege, e Deus a ninguém se submete, tudo julga pelo Seu Poder, mas a Graça e a Misericórdia são exercidas pelo Pai. “A Lei veio ao mundo com Moisés, mas a Graça, com Nosso Senhor Jesus Cristo”, para nos tornarmos filhos projetados do Centro do Seu Coração segundo a Sua Imagem e Semelhança! É o receber Graça por Graça, reconhecendo-O não somente como Deus e Criador mas como o Bom Pai que um dia, após esta curta existência de lutas e atribulações, nos levará para junto D’Ele –
“EU VENCI O MUNDO” – Qual o seu verdadeiro sentido? Submeti a Divindade, ou Sabedoria Inatingível, ao Amor Misericordioso. Paulo indaga: - “Quem conhece o Trono da Justiça e Julgamento? É o Cristo!” Hoje, é o Trono da Misericórdia! Tal transformação tornou-se possível justamente pela submissão do Espírito da Sabedoria, que a mando do Espírito do Amor, veio até nós para realizar obras da mais profunda Meiguice, Mansidão e Humildade! Quantas vezes Jesus dizia: – “Nunca fiz a Minha Vontade; mas a Vontade D’Aquele do Qual um dia parti, como Homem!” E nesta seqüência maravilhosa, “Aquele” diz: “Enviei o Meu Filho, ou seja, a Minha Sabedoria ao mundo, para que todos sejam libertos”. Dantes Eu era apenas Deus de Sabedoria, de Justiça, e para que houvesse equilíbrio justo entras as Minhas Sete Virtudes que perfazem o Meu Ser Básico, a Divindade teve que respeitar o Espírito da Ordem, que rege os demais. Para tanto, lutas inimagináveis para a mente humana forma travadas.
Para justificar os Templos materiais, Ele Diz: – “Ide primeiro à Verdadeira Igreja Viva, o coração aquebrantado, fonte da Verdadeira Vida, em seguida podeis penetrar na Igreja morta, material, que se tornará viva por vós!” O Meu Reino Se encontra, onde se encontra um filho Meu” – Pedro, após ouvir face a face, da Boca D’Aquele que pronunciou o “Que assim seja”, pede para se afastar, julgando não ser digno de Sua Presença. Ele, com Sua Ética Peculiar, consola o Discípulo afirmando que o homem terá que reconhecê-Lo na sua fraqueza rumo ao aperfeiçoamento, visto ser esse o nosso destino, não a Perfeição, porque só UM o É! – Os olhos de Pedro se enchem de lágrimas, prometendo não abandoná-Lo jamais, reconhecendo que Suas Palavras são Verdade e Vida! Em seguida, Pedro toma de um cálice e exclama: – “Um viva a Israel e três (3) vivas a nós, que somos testemunhas das Promessas feitas. O Eterno Se encontra entre nós”; Jesus pede ao Discípulo para não se externar, o seu tempo não havia chegado, mas viria uma época “em que terás que gritar para que todos te ouçam!” –
Mas afinal, qual o sentido da purificação do Templo? Quanto às ocorrências materiais, os textos aí estão desvendados; mas o sentido real, mais profundo? O Templo representa o homem na sua esfera natural, em ambos existe um Santuário que não pode ser profanado. Se o externo torna-se impuro, profanado, o seu interior também se profana. Se o corpo se desequilibra nas Leis divinas que o regem, a alma também se enfraquece e por ela, o espírito, que é o intrínseco. Corpo, alma e espírito constituem uma amálgama perfeita, tanto que David diz: “Que o Senhor Jeovah possa encontrar-me de corpo, alma e espírito purificados”!
Se tudo na criatura se torna impuro, “Eu tenho que por Mãos à Obra, com toda sorte de lutas e atribulações, uma vez que uma vassoura suja não faz a limpeza de uma casa”. Os animais expostos à venda representam o mais ínfimo grau de sensualidade. Lá estavam também os agiotas com suas transações. Suas barracas foram destruídas e as moedas espalhadas, representando o comércio ilícito com as cousas sagradas. Meus caros, meditemos sobre o que Paulo diz inspirado pelo Espírito Santo: “Quem servir ao Altar deve viver do Altar”! Comodamente, interpretam o Apóstolo ao pé da letra, mas o sentido real, celeste é o seguinte: – O Altar representa o sacrifício, as obras do puro Amor a Deus e ao próximo, jamais o comércio, negando-se a darem de graça o que de graça recebemos! Esse comércio ilícito representa a febre maligna que matou o filho da viúva de Nahim, afastando o Espírito Vivo, da Doutrina! A Fé no Unigênito, o Cristo, como Rocha, Sustentáculo das Escrituras. A purificação do Templo causou temor mesmo entre os Discípulos, que relembram a profecia: “O Zelo da Tua Casa Me devorará!” – “Sim, Me devorará, mas não agora.”
Antevê Jesus o Seu Padecimento Futuro, mas o que representam para Ele as bem-aventuranças e felicidades dos Seus Céus, comparadas às de ser reconhecido e amado como Pai? “Eu O Sou e com todos os direitos, resgatando-os dos braços da morte”. Tudo está sintetizado ao Sermão da Montanha, o oposto do Sinai. Que imensa, inconcebível Metamorfose em Deus! De Invisível, torna-Se Visível, de Impessoal, Personalidade no Homem Jesus! –
Bem, e os vendedores de pombos? O Senhor indica-lhes um outro local, fora do Templo. Por que? Representam as cerimônias mundanas, boas maneiras, gentilezas, próprias dos meios mundanos, e a Humanidade cega, eleva-as a grau de evolução dos homens, como se a sua vida se baseasse em tais práticas, elevando-as a culto respeitável. Não podemos confundir virtudes externas com capacidades espirituais. No Oriente, a pomba, antigamente era usada como Mensageira do Amor. Por ocasião da primogenitura, os jovens casais ofertavam-na no Templo, demonstrando que abandonariam todas as cerimônias, e se apegariam tão somente às virtudes espirituais. Eis o sentido da Purificação Espiritual do Templo, demonstrada por Aquele que a realizou. Amém! Amém!
Fraternalmente,
Thalízia dos Reis