Irmãos: Quem assim Se expressa é o Espírito da Sabedoria, o Filho ou Cristo, que a mando do Espírito do Amor, Seu Pai e Essência Básica, revestiu-Se de um corpo material para espalhar a mais intensa Luz. A Pessoa de Jesus foi apenas o ponto central, externo, de Sua Natureza Divina para onde convergem todo Poder e Força, para as constantes projeções dos Sete Espíritos ou Tendências Básicas que perfazem o Ser Intrínseco do Criador: Amor, Sabedoria, Vontade, Ordem, Rigor, Paciência e Humildade. 

Ele Mesmo nos pede que não falemos tanto de Sua Morte, mas do Seu Espírito Original, que a tudo e a todos precedeu. Foi Esse Espírito que Lhe deu a Força para transformar o Gólgota, por todos considerado como um lugar de terror, em um pedaço do Céu. Foi lá, no Gólgota, que ergueu-se o farol preenchendo todo o Cosmo de uma nova Luz, Vida e Felicidade, dividindo também as épocas espirituais: antes de Cristo, depois de Cristo.

É fácil descrever as cenas materiais do Gólgota, mas e o Gólgota Espiritual? Qual foi a Força que levou o Senhor e Mestre à submissão total? Por que o Cristo teria que sofrer para ingressar na Glória? Não era Ele a Glória Eterna? Cristo, a Sapiência e Onipotente Sabedoria do Pai, tinha que realizar em Sua Alma obras do mais profundo Amor e Misericórdia. Em Cristo reuniram-se Amor e Sabedoria, ou seja, Pai e Filho. Na época de Moisés a Divindade chorou? Não! Mas também os infratores eram condenados e ninguém foi ressuscitado depois de morto! Quando no túmulo de Lázaro, lá estava a Mesma Divindade, que não mais era oculta, não mais prendiam o Seu Amor, a Misericórdia em Seu Centro Vital, insondável! Por isto Jesus CHOROU! Desatando os laços da morte e da condenação. Amém! Amém!

Qual a finalidade de Sua Morte? Transformar o Amor de Deus em Amor de Pai, e o que assistimos no Gólgota foi a coroação de tudo que já se encontrava no Coração do Eterno desde eras e eras infindas. Quando Jeovah transmitiu a Moisés as Sábias Leis da Vida, demonstrou o desejo de não permanecer mais incógnito, evitando que novos clamores se levantassem: “Um Deus que não se vê não é Deus” – Antes de Jesus a Divindade era Impessoal, ninguém podia contemplá-La, apenas sentir Sua Natureza, como Luz, como afirmou Platão. Hoje, a sensação de quem D’Ele se aproxima, é de duas pessoas que se encontram, porque o Invisível tornou-Se Visível no Homem Jesus.

Surge uma questão: – até onde chegavam as almas desencarnadas antes D’Ele? Atingiam um certo grau de bem-aventurança, mas nunca a percepção da Divindade Personificada, um convívio direto com o Pai! Isto só se tornou possível pela primeira vez – vejam bem, irmãos, pela primeira vez – quando o Corpo de Jesus repousava no túmulo. Sua Alma, o Cristo, vence a barreira do puro racional. Já unida ao Seu Ser Básico, o Espírito Divino, foi em busca de todas as almas, aprisionadas pela Lei da Sabedoria; o Cristo! Incluem-se aí todos os Patriarcas. Foi a mais profunda descida da Divindade ao Inferno, para em seguida, dar início à construção e povoação da Nova Jerusalém, que já Se encontra entre nós com a Revelação do Deus Único e Verdadeiro em JESUS. Felizes os que ouvirem o ruído delicado de Sua Descida.

Em Bethânia, Pedro levanta o ânimo e a Fé de todos com a seguinte Revelação: “Irmãos, aproxima-se a hora em que Jesus deixará de ser o Filho, para depois, já como Pai Eterno, aproximar-Se mais e mais de nós, Seus futuros filhos.” Não é Ele Mesmo o Consolador, Guia e Doutrinador?

Após quarenta dias de Sua Ressurreição, Ele retorna à Sua Essência Original, ao Espírito do Amor Eterno, e que precedeu a tudo e a todos. Aliás, retornou de onde veio. 

Sua morte é a encruzilhada onde todos se confundem e confundirão! Sua morte abriu o caminho de retorno para todos, inclusive para o Grande Arcanjo, Lúcifer, que hoje abandonou a Sua irreverência com relação à Ordem Divina. Como um simples espírito, semelhante a nós mesmos, contempla o Alvo a atingir: O Coração do Pai!

Está escrito que o espírito vence! Vencerá!

FELIZ PÁSCOA.

 

Saudações fraternas,

Thalízia dos Reis